Essências
Sim, temos uma vida estúpida, mas bela, poderosa!
Dizemos sim a tudo e não ao nada.
Somos os seres mais estúpidos á face da Terra, fingimos ser sempre um sonho no qual somos meros espectadores.
Escrevemos, cantamos, sonhamos, porquê? Para quê sonhar com as estrelas quando somos um asteroide? Somos racionais sem pensar conscientemente na vida que vivemos. Quantas vezes pomos um ponto final ao sentimento mais formoso algum dia sentido, pelo mero capricho de não termos que discutir? Porque o que nos rege é a burrice!
Ter medo, onde vive a nossa essência?! Será que morreu ou vive envergonhada do seu hospedeiro? Acho que sim.
Tenho a certeza que se nos olhássemos ao espelho conscientemente detestaríamos a imagem nele reflectida. Seria um momento desgostoso, inconveniente para nós.
Não sou mais nada, porque estou perdida, assumidamente perdida, nesta base de vergonha.
Sinto-me indiferente, não a tudo mas ao que me faz falta. O aceitar quase tudo proveniente de quem nos magoa é morrer. Viver de tecido podre.
As lágrimas até são raivosas e os sorrisos treinados de luz apagada. Evitamos a linha do tempo reflectida num horizonte global, para não perdermos o nosso chão, a gênese do âmago filosofal algures solto. E o que fazer para sentir de novo? Uma e outra vez, as agulhadelas despendiosas, numa pele já calejada?
A componente emocional de alguém perdido no tempo é o radicalismo do arco-íris numa tarde de Primavera num misto de Inverno.
Voltaremos a cantar, a dançar, beijar, abraçar com sentimento para o bem crescente e o mal envolvente.
Joana Silva 06/12/2011
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Comments
Minha querida, Joana,
Minha querida, Joana,
como tu bem o dizes, somos meros espectadores, assistindo à estupidez do ser humano. Mas só quem consegue ver seu reverso, questionar-se, despir-se de todos os conceitos, a nós impostos, será quem de beleza já se vestiu e dela não renega, que noutros olhos se propaga, como semente jogada à terra, e é raiz, flor e fruto, acabado de colher. Que seria do bonito, se não existisse o feio? Seria bonito... e nada mais existiria. Quanto mais banal não seria então, do que já é, esta vida, que teimamos em percorrer? Caminhos tantos por descobrir, que vão de espanto em espanto, até ao nosso espanto final, que é um mar ao largo e o que lá houver, o que encontrar. Somos quais flechas, lançadas até ao mais de nós.
Como sempre leio-te, palavra por palavra.
Beijinhos em ti
Jorge Humberto
Querido Jorge,
O tempo é o nosso oráculo.
Tudo o que está ao nosso poder, fazemo-lo, a menos que o ouças o céu a cair, mesmo assim quando julgámos estar em abandono, algo surge.
A vida é impulsiva, assim como as pessoas.
Cada julgamento parte do nosso interior, das nossas vvências. A cada ser importa amarem-se a si próprios e ouvir a sua grande voz.
Um beijinho especial,
Joana.