Abismo em seu libré

Aniagens armadilhas de pele com hálitos especiais
Vestidos assim à sua sonolenta boca!
Termina aqui
Na pedra que tu pisas.

Haveria de existir algo maior
Para pousar suave em sua ainda não nascida face,
Assim ocupamos de libertar todos os girinos dos perfumes rasos.

Naquelas águas onde tu ousaste aprender a brincar de nadar

Nas memórias que nos damos
Daquelas águas
                        Infantis pernas
                                               Descobrindo o fundo

Tarde demais!

Os desperdícios das cascatas ficaram em teus
Olhos de gritos.

Choros com cigarras
Em corpos de piscinas
Que se amam

Uivos como olhos do não afundar 

Naqueles amores que foram
Córregos das serpentes
Contorcidas dos leitos...
Que lhe convém
Aproveitaremos até o último
                                Ronco de ninar verde
O doce foi mel
              Repouso das abelhas

Imagens como o ontem:
Deuses presos em cordões
Das crianças que somos

Peles queimadas com cheiro de vela
Derretidas
&
Confusas

Foste a única roça que deixaste
Sozinhas todas incansáveis
Pedras caídas da montanha.

Mundos em formas de nádegas
A aromatizar
O último sol de agosto

Querias masturbar o cosmos
Em mesas de cetim
Nos dedos que são longos lemes
No prazer de todos
Inventados tempos

Murmura o perfeito céu que existiu

Imagens se não fossem seriam um
Deus cultivado
O horizonte disforme soletrou:
A flor do ipê é sol quando levada à tua face
A dança se foi
O aço rachado do riso ficou
Dançamos todos o abismo jovem nos ódios amados
Como Faustos delinqüentes suados na vida que fomos.

Um tropeço no infortúnio...
O fundo sem fim acordou cedo com vossos braços de trevas
Segurando teu triste tornozelo.
Tu olhaste para os meus infelizes olhos de perda
E o sol se foi com o verão em teu rosto.

&
O sol se foi com esta lembrança em teu rosto:

Fique aqui até a lua abrir teus olhos

Este é o conto de fadas tão esperado...

Índia pele dançando nos joelhos
Índia olhos para respirar a noite
E os movimentos emplumados do frio.

Submited by

Monday, December 3, 2012 - 23:35

Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 11 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Impressões 2 986 03/16/2011 - 14:55 Portuguese
Poesia/Disillusion Num bar 4 842 03/11/2011 - 21:08 Portuguese
Poesia/General Rubra Janela da tarde 4 522 03/02/2011 - 23:19 Portuguese
Poesia/Sadness Assaz lágrima ao soluço 1 788 02/22/2011 - 13:57 Portuguese
Poesia/General Tume(facto) 1 1.751 02/10/2011 - 23:49 Portuguese
Poesia/General O sonho é a visão do cego 0 598 02/08/2011 - 13:53 Portuguese
Fotos/Personal Livro Histórias de Ninguém 0 1.516 02/07/2011 - 16:29 Portuguese
Poesia/General Pelouros pupilais 0 786 02/04/2011 - 20:27 Portuguese
Poesia/General Sede dos corpos 0 725 02/04/2011 - 13:45 Portuguese
Poesia/General Pés em fuga 0 1.037 01/31/2011 - 13:21 Portuguese
Poesia/General Títulos Quebrados 0 914 01/27/2011 - 14:52 Portuguese
Poesia/General As trincas 0 1.240 01/20/2011 - 14:18 Portuguese
Poesia/General Bocas que sangram 1 734 01/12/2011 - 23:51 Portuguese
Poesia/General Desnudo 2 929 01/10/2011 - 22:14 Portuguese
Fotos/Personal Quem acolhe este lugar 1 3.747 01/06/2011 - 23:53 Portuguese
Poesia/General Ode ao ego 2 906 01/05/2011 - 22:39 Portuguese
Poesia/General Avenidas de mim 4 824 01/05/2011 - 22:36 Portuguese
Poesia/General De viés 1 661 12/28/2010 - 20:30 Portuguese
Poesia/Erotic Lábios às costas 0 1.869 12/23/2010 - 13:29 Portuguese
Poesia/General Vírgula Et Cetera 0 657 12/20/2010 - 10:15 Portuguese
Poesia/General Tacto dulcífico 1 1.791 12/16/2010 - 18:33 Portuguese
Fotos/Profile 3173 0 1.375 11/23/2010 - 23:54 Portuguese
Fotos/Profile 2417 0 1.251 11/23/2010 - 23:48 Portuguese
Fotos/Profile 2419 0 1.517 11/23/2010 - 23:48 Portuguese
Fotos/Profile 2420 0 1.270 11/23/2010 - 23:48 Portuguese