Puta Velha
Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.
É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.
1 - Puta velha.
Era tarde e fazia um calor infernal, bem como se diz por estes lados do mundo, o suor fazia colar a roupa no corpo e o cheiro do cigarro não saia de jeito nenhum dos dedos. Certos dias são assim mesmo, sem graça, sem cachaça e sem foda, chato pra cacete.
Quebrei a única tv que tinha porque só passava merda, tolice popular, dava até nojo só de olhar. O que restou foi um ou outro disco que merecia ser ouvido, porque na radio hoje em dia só tem porcaria, puta sacanagem e uma puta monotonia.
É difícil curar o mau humor e se o dia está uma merda, meu amigo, não tem conselho que vá ajudar! Esse é daqueles dias que a gente fica meio assim, que nem “puta velha”, meio perdido, num canto e sem vontade de “dar”. Fico pensando comigo mesmo, nos dias de hoje, Sócrates provavelmente passaria no puteiro, para dar uma aliviada sabe, caras como ele, em dias como o de hoje, certamente ficariam loucos com tanta babaquice no ar.
Levanto da cama e ouço a vadia da vizinha gritar que está tudo ruim, mas lá no fundo eu sei que ela só quer “dar”! Hoje em dia é assim, madame tem “piti” por que não consegue uma boa foda. Deve ser culpa dessa globalização, do ser tudo igual e natural, falam por ai que até homem falta, deve ser, deve ser. Abro a porcaria da minha geladeira e só tem um litro de cachaça e se é o que tem é o que eu bebo, não posso me culpar e nem o sistema, se tudo está uma bosta, a culpa é do meu corpo que não quer mudar.
Volto a pensar na “puta velha” e solto alguns risos comigo mesmo, pensando: Poderia ser pior! E penso sacanagem falarem que as pobres coitadas conceberam os alguns nojentos políticos. Se for, deve ter sido a pior trepada da vida delas e grito para mim mesmo: Que miséria sem fim!
Não tem noite mais longa que uma cabeça que não consegue dormir, tento até fingir, fecho os olhos e finjo um ronco, mas não é engano minha cabeça e o porre começa a fazer efeito, raposa velha é assim, tarda mas não falha. Começo a contar nos dedos, sem mulher, sem sono e sem dinheiro, vida ordinária e sorrio meio de canto como quem diz, poderia ser pior, poderia ser um politico filho de uma “puta velha”.
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 1736 reads
other contents of Pablo Gabriel
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Sadness | Cinza | 0 | 682 | 10/10/2011 - 12:31 | Portuguese | |
Poesia/Love | Mortalidade | 1 | 1.320 | 10/10/2011 - 19:24 | Portuguese | |
Poesia/Love | Desejo | 0 | 1.131 | 10/11/2011 - 14:25 | Portuguese | |
Poesia/Love | Amanhecer | 1 | 1.281 | 10/11/2011 - 22:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | Dez Mandamentos Para um Mundo Melhor. | 0 | 1.174 | 10/13/2011 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia/Love | Por inteiro | 0 | 1.034 | 10/13/2011 - 17:08 | Portuguese | |
Poesia/Love | Quem sabe amanhecer | 0 | 910 | 10/13/2011 - 17:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Manhã | 0 | 1.188 | 10/18/2011 - 11:45 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A Pedra | 0 | 1.323 | 10/18/2011 - 11:51 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Real Valor | 2 | 977 | 10/20/2011 - 04:01 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Permito-me sonhar | 0 | 722 | 10/25/2011 - 11:37 | Portuguese | |
Poesia/Love | Desfolhada do amor | 0 | 1.543 | 10/25/2011 - 11:57 | Portuguese | |
Poesia/Love | Apenas no teu olhar | 0 | 1.780 | 10/25/2011 - 18:22 | Portuguese | |
Poesia/General | Gotas de sangue | 0 | 1.435 | 10/26/2011 - 11:35 | Portuguese | |
Poesia/General | Olhos que não vêem | 0 | 957 | 10/26/2011 - 17:18 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Além do que se vê | 0 | 709 | 10/26/2011 - 17:38 | Portuguese | |
Poesia/Love | Tudo aquilo que tenho | 0 | 944 | 10/29/2011 - 11:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | O calor da vida | 1 | 1.510 | 10/31/2011 - 14:05 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Teu lugar | 1 | 1.253 | 10/31/2011 - 17:31 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Por Direito | 2 | 1.156 | 10/31/2011 - 20:14 | Portuguese | |
Poesia/Love | Entender | 0 | 1.476 | 11/02/2011 - 22:20 | Portuguese | |
Poesia/Love | Xícara de chá | 0 | 1.422 | 11/03/2011 - 11:45 | Portuguese | |
Poesia/Love | Tristes gargalhadas | 0 | 1.005 | 11/07/2011 - 00:50 | Portuguese | |
Poesia/Love | Feito pássaros | 0 | 1.478 | 11/08/2011 - 00:16 | Portuguese | |
Poesia/Love | Na terra dos sonhos | 3 | 2.259 | 11/11/2011 - 15:35 | Portuguese |
Add comment