Sou eu na cidade
Eu rondo a cidade, a noite sozinha, já no fim,
a lua é minha vinha o carro é meu corcel
e eu me sinto assim: livre, solta, perdida em mim,
refletida no céu com luzes que brilham em cordel.
Perdida, eu na cidade, dividida realidade,
eu e as ruas desertas, e as metas incertas,
eu, meus desejos e a cidade, promessa, felicidade?
eu ando por curvas, ora por retas, vejo tortas siluetas esbeltas (incertas? concretas?)
Iluminadas pela luz da crua, rua, pálida, nua,
e ligo a minha sinfonia, que sempre ouço todo dia,
mas ouço um pouco mais alto, agora meu carro é o palco
e danço sem muita inibição, uma velha boa canção,
e vejo que estou sozinha trafegando na escuridão
e me vejo com a felicidade agarrada a minha mão
e me percebo assim, absorta em mim em fresta,
pois mesmo sem nenhum, sou festa, sou tudo, escudo,
sou luz, sou ludo, sou vácuo, sou festa, sou curva e reta,
sou de tudo um pouco, um pouco do fim,
sou nada, sou nunca, sou sempre direta
sou a minha brincadeira predileta,
sou feliz, sou rima, sou amor, sou poeta...
Reflexões de uma noite de frio, eu e meu rio (de sentimentos).
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Comments
Re: Sou eu na cidade
"sou de tudo um pouco, um pouco do fim"
Mais uma vez vc expressa um lindo sentimento em forma de poesia...Uma Metamorfose Ambulante...cheia de vida e de contradiçoes em si mesma...muito bom o poema...
Adorei de coração...
Re: Sou eu na cidade
Nossa! Pura melodia neste teu cantar. Dá até vontade de andar por estas ruas da tua cidade, a dançar.
Parabéns! Belíssimo poema.
Re: Sou eu na cidade
És grande e grande é a tua vontade, assim como a tua escrita.
Abraço
Marco Dias
Re: Sou eu na cidade
Analyra!
Gostei esta linda, sou eu na cidade e gostaria mais ainda se fosse na minha cidade!
sou feliz, sou rima, sou amor, sou poeta...
E, digo eu uma bela poeta, em todos os sentidos!
eço-te perdão, por aquela brincadeirinha do trem, do vinte, e de estar esperando o meu bem...
Com carinho,
Marne
Re: Sou eu na cidade
Sem problemas meu caro amigo poeta. Grande abraço.