Escuridão

Ao fundo do túnel luz não se vislumbra
A metamorfose está acabada.
Cai sobre ele uma forte umbra
Porque a escuridão foi libertada.

Mergulhado na solidão
Sem luz avistar.
Invade-me a escuridão
Sem poder ripostar.

Invade-me com naturalidade,
Natural como o anoitecer
Cria a permitividade
Para ao meu corpo aceder.
Acede sem dificuldade
Por resistência não oferecer.
Usa a minha vulnerabilidade
Para fazer a escuridão florescer.

Implementa a obscuridade
Num coração magoado
Oferece comodidade
A cada pensamento desgraçado.
A minha pouca racionalidade
Foi de negro tingida
Por insanidade
Foi agora substituída.

Sou corpo negro que tudo vai absorver.
Tudo o que à tristeza pertencer,
No meu corpo vou receber
Para ainda mais negro poder ser.

Escuridão absorve toda a essência
Essencial à pobre vida.
Aloja na cabeça a demência
De uma vida perdida.

A alma emana fragilidade,
Do espiríto resta mísera podridão.
Tudo é abafado pela densidade
Da densa escuridão.

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Wednesday, February 18, 2015 - 21:25

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fláviopinheiro

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