Ápeiron
Na divisão das águas, entre correntes e fluxos de pensamento,
enxurradas de dúvidas, perguntas e respostas invadem-me a mente;
tais fluxos incessantes de caracteres, palavras, números e ideias
torrencialmente transbordam, atravessam e refluem sobre mim.
Sufoco-me dentre os vários pontos de vista desnudos e expostos
e tento respirar para não sucumbir a tantos debates e embates.
Inspiro e expiro reflexos de reflexões microscópicas e fractais,
pondero sobre abstratos de vãs formas polígono-trigonométricas.
Tantas informações e cálculos passam e voltam despercebidos,
tantas ideias novas surgem, tantas outras antigas são repetidas.
Caracteres escorrem como cachoeiras virtuais cintilantes.
Símbolos indecifráveis deslizam velozes nos campos fibrosos.
Saltam-me aos olhos os vários feixes de laser com informações
que à rapidez de um instante se espalham por todo o globo terrestre.
Todo o céu noturno é salpicado por estrelas de números e letras,
todo o oceano virtual é um imenso mar de poemas e prosas que boiam.
Montanhas formadas por números erodindo-se em ventos de subtrações
deformam-se e decompõem-se em rochas de sub-minerais fracionários.
Frequências sonoras vibrantes viajam nos ares repletos de ecos.
Camadas de poeiras estelares recobrem os plasmas de pulsares vivas.
O espectro de luz (in)visível colore paisagens de horizontes vastos.
Boreais e austrais auroras serpenteiam curvas por ondas semi-óticas.
A biologia binária que nos dá a forma e interage com o universo
é composta das partículas infinitas que formam os elementos e as substâncias.
Somos consciência livre brilhando fulgurante em meio às matérias escuras.
O atrito que nos desacelera é composto apenas de nossas deficiências.
A gravidade que atrai nossas verves e nos aproxima de um núcleo em comum
também é o magnetismo inverso que repele-nos todos uns aos outros.
Nossos feixes de átomos vivos que se colidem nos faz interagir.
Sinto-me parte de tudo que há no sem-fim que cerca a realidade.
Todas as formas extensas e os pensamentos estão nele inscritos.
Matéria, extensão, pensamento, formas e energias vêm de um único arché.
enxurradas de dúvidas, perguntas e respostas invadem-me a mente;
tais fluxos incessantes de caracteres, palavras, números e ideias
torrencialmente transbordam, atravessam e refluem sobre mim.
Sufoco-me dentre os vários pontos de vista desnudos e expostos
e tento respirar para não sucumbir a tantos debates e embates.
Inspiro e expiro reflexos de reflexões microscópicas e fractais,
pondero sobre abstratos de vãs formas polígono-trigonométricas.
Tantas informações e cálculos passam e voltam despercebidos,
tantas ideias novas surgem, tantas outras antigas são repetidas.
Caracteres escorrem como cachoeiras virtuais cintilantes.
Símbolos indecifráveis deslizam velozes nos campos fibrosos.
Saltam-me aos olhos os vários feixes de laser com informações
que à rapidez de um instante se espalham por todo o globo terrestre.
Todo o céu noturno é salpicado por estrelas de números e letras,
todo o oceano virtual é um imenso mar de poemas e prosas que boiam.
Montanhas formadas por números erodindo-se em ventos de subtrações
deformam-se e decompõem-se em rochas de sub-minerais fracionários.
Frequências sonoras vibrantes viajam nos ares repletos de ecos.
Camadas de poeiras estelares recobrem os plasmas de pulsares vivas.
O espectro de luz (in)visível colore paisagens de horizontes vastos.
Boreais e austrais auroras serpenteiam curvas por ondas semi-óticas.
A biologia binária que nos dá a forma e interage com o universo
é composta das partículas infinitas que formam os elementos e as substâncias.
Somos consciência livre brilhando fulgurante em meio às matérias escuras.
O atrito que nos desacelera é composto apenas de nossas deficiências.
A gravidade que atrai nossas verves e nos aproxima de um núcleo em comum
também é o magnetismo inverso que repele-nos todos uns aos outros.
Nossos feixes de átomos vivos que se colidem nos faz interagir.
Sinto-me parte de tudo que há no sem-fim que cerca a realidade.
Todas as formas extensas e os pensamentos estão nele inscritos.
Matéria, extensão, pensamento, formas e energias vêm de um único arché.
Temos total liberdade para interagir com o mundo que nos cerca,
somente nossos próprios limites impedem que hajamos como criadores.
Submited by
Friday, September 23, 2016 - 14:42
Poesia :
- Login to post comments
- 1763 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of MaynardoAlves
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aphorism | A mais importante das leis | 0 | 1.731 | 10/14/2016 - 20:45 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Evolução? | 2 | 873 | 10/12/2016 - 13:34 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | O desilusionista | 1 | 944 | 10/11/2016 - 15:17 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O cínico | 1 | 938 | 10/10/2016 - 20:30 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Um fascinante trecho do livro “Fahrenheit 451” (de 1953) - do escritor Ray Bradbury | 1 | 4.684 | 09/29/2016 - 17:40 | Portuguese | |
Musica/Other | Dúvida... | 1 | 10.354 | 09/29/2016 - 17:38 | Portuguese | |
Poesia/General | Calendário | 1 | 926 | 09/29/2016 - 17:37 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Hillel | 1 | 1.933 | 09/29/2016 - 17:28 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Beda ou Fracasso | 1 | 1.370 | 09/29/2016 - 17:21 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Ápeiron | 1 | 1.763 | 09/29/2016 - 16:44 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A busca | 1 | 650 | 09/29/2016 - 16:41 | Portuguese | |
Poesia/General | A sala de reunião | 1 | 541 | 09/29/2016 - 16:38 | Portuguese | |
Poesia/Acrostic | Diógenes de Sínope | 1 | 1.247 | 09/29/2016 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Bom dia, ateu | 5 | 1.011 | 09/29/2016 - 16:29 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Epitáfio | 3 | 508 | 09/29/2016 - 16:27 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Ao romper da nova aurora ou Ao cair as verdades arbitrárias | 1 | 1.183 | 09/29/2016 - 16:24 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Das mazelas que o tempo impõe ao corpo | 1 | 577 | 09/29/2016 - 16:19 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Das mazelas que o tempo impõe ao pensamento | 3 | 865 | 09/29/2016 - 16:17 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Sopa de poemas (e as ruas da cidade) | 1 | 681 | 09/29/2016 - 16:14 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Da dor e amor de escrever: um metapoema | 1 | 882 | 09/29/2016 - 16:01 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | O tempo e o vento | 1 | 791 | 09/29/2016 - 15:57 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Árvore | 1 | 693 | 09/29/2016 - 15:52 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Milagre | 1 | 609 | 09/29/2016 - 15:49 | Portuguese | |
Poesia/Song | Mil torrentes V (A razão do viajante) | 1 | 861 | 09/29/2016 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Song | Mil torrentes IV (A fé dos nautas) | 3 | 586 | 09/29/2016 - 15:41 | Portuguese |
Comments
Ápeiron
Sobre o estado de graça do momento em que a inspiração nos invade, abrindo nossos olhos para a nossa comunhão com as coisas que formam o universo.