As estrelas, os Estrôncios e os Sonhos.
As Estrelas, os Estrôncios e os Sonhos.
Gosto do que gasto, duma dúvida suposta,
À luz movediça que gasto, forte e ravessa,
Passa, baça Pessoa, inquietação que gasto,
Gasto o tempo, gasto o grito instinto, rezo
Grégoras, aflito, inatural dantesco, Freud e sonho.
É dessagrada a mudez minha e a nudez báltica,
Da caliça e da estátua grega, cimento sacro,
Sacros meus rins e varizes espessas, espicaçadas,
Gosto quando m’aposso, sem possessão, d’Isolda,
Que se lixe Pessoa, chega, libido meu, viuvez,
Estive triste e contente duma vez, alheio a tudo…
A montanha d’m’achar, mas duvido que me procure,
No caminho em curva, pra recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios, calor súbito que não dura,
Amor que se ergue e declina num ápice, nem lembro,
Fixado na emoção de reaver o que a minha jugular
Interna pressente, “O deve e o haver” da dúvida
Convertível em cinza, – antes fosse, lírica a areia.
Dos mares que não sendo, são três, engoli um reles,
Desagradável sabor a vagão, a fumo,-oh Deus meu…
Das estrelas estacionadas, dos estrôncios veios
E dos sonhos vãos, larvais, lavados, gosto a gasto.
Jorge Santos (11/2014)
http://joel-matos.blogspot.com
Submited by
Ministério da Poesia :
- Login to post comments
- 2933 reads
Add comment
other contents of Joel
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Em Vila, Praia ou Âncora … | 1 | 1.386 | 02/20/2018 - 18:03 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Pedra, tesoura ou papel..."Do que era certo" | 1 | 2.507 | 06/21/2021 - 16:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Rua dos Douradores 30 ... | 1 | 1.780 | 06/21/2021 - 16:25 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | "Semper aeternum" | 13 | 3.135 | 10/16/2018 - 09:28 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A hora é do tempo, a Ágora | 10 | 1.290 | 03/21/2018 - 13:31 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Ânsias ...lais de guia... | 92 | 2.156 | 10/22/2019 - 15:33 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Antes de tud’o mais ... | 13 | 2.137 | 10/16/2018 - 09:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Cumpro com rigor a derrota | 1 | 943 | 06/21/2021 - 15:36 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Doce manifesto da vida | 50 | 1.340 | 10/22/2019 - 15:32 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Excerto “do que era certo” | 1 | 1.554 | 06/21/2021 - 16:25 | Portuguese | |
Poesia/General | I can fly ... | 11 | 3.180 | 10/16/2018 - 09:41 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | JOEL MATOS | 14 | 3.308 | 10/16/2018 - 09:31 | Portuguese | |
Poesia/General | Morto vivo eu já sou … | 496 | 3.712 | 05/09/2019 - 11:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O avesso do espelho... | 5 | 1.785 | 03/01/2020 - 21:02 | Portuguese | |
Poesia/General | O erro de Descartes | 479 | 2.818 | 04/09/2019 - 11:49 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Estado da Dúvida | 2 | 1.865 | 01/24/2020 - 21:05 | Portuguese | |
Prosas/Contos | O Transhumante Ou "Versus de Montanya Mayor" | 1 | 2.453 | 02/28/2018 - 17:11 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Peixes ... | 10 | 2.396 | 05/25/2018 - 09:31 | Portuguese | |
Poesia/General | Por onde passo não há s’trada. | 30 | 276 | 02/18/2024 - 21:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Pra'lém do sonhar comum ... | 80 | 2.433 | 10/22/2019 - 15:03 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Puder-eu-o-ter | 10 | 1.401 | 08/07/2018 - 16:44 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | V de Vitória - Revolução - | 537 | 4.422 | 04/03/2019 - 16:43 | Portuguese | |
Poesia/General | “Mea Culpa” | 5 | 631 | 11/29/2022 - 22:37 | Portuguese | |
Poesia/General | "Ida e volta" | 10 | 1.829 | 05/25/2018 - 09:39 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | "Je ne dis rien, tu m'écoutes" | 468 | 4.176 | 03/30/2019 - 17:13 | Portuguese |
Comments
.
.
.
.
.
.
.
.
É dessagrada a mudez minha e
É dessagrada a mudez minha e a nudez báltica,
Da caliça e da estátua grega, cimento sacro,
Sacros meus rins e varizes espessas, espicaçadas,
Gosto quando m’aposso, sem possessão, d’Isolda,
Que se lixe Pessoa, chega, libido meu, viuvez,
Estrelas e Estrôncios, calor
Estrelas e Estrôncios, calor súbito que não dura,
Amor que se ergue e declina num ápice, nem lembro,
Fixado na emoção de reaver o que a minha jugular
Interna pressente, “O deve e o haver” da dúvida
Convertível em cinza, – antes fosse, lírica a areia.
Dos mares que não sendo, são três, engoli um reles,
Desagradável sabor a vagão, a fumo,-oh Deus meu…
recordar Caeiro D’andas, Ou
recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios,
recordar Caeiro D’andas, Ou
recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios,
recordar Caeiro D’andas, Ou
recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios,
recordar Caeiro D’andas, Ou
recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios,