Menino que Ainda Sou
O vampiro noturno,
que mora em mim,
é, enfim,
pai do menino que ainda sou.
Pequeno, olhava a rua,
sem sair de casa,
e via o fogo crepitando,
nos olhos do mundo,
cujo elo era o pai
que chegava e fitava seus olhos,
com tom severo.
Mas, manhã chegou
por sobre o menino,
morcego passou
e não o tocou.
Partiu, voou,
em rumo celestial!
Vampiros, eu sei,
não vão para o céu,
mas, por ser bom,
este lá ficou.
De repente,
o louco que sempre fui,
subiu a rua, a correr,
e, ainda ofegante,
ajudou o menino que sempre sou,
a erguer-se do chão,
onde se achava caído
e semi-petrificado.
O louco gritou:
- Era o seu pai, era o seu pai !
E assim, manhã se fez,
sem que a luz
brilhasse outra vez.
Poema inspirado em sonho que tive em minha infância, onde meu pai aparecia como vampiro. Porém, ele não me atacou, ao contrário, voou em direção ao céu. É óbvio que todas as personagens oníricas eram eu mesmo, segundo os conceitos freudianos.
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Comments
Re: Menino que Ainda Sou
Belo poema.
Parabens.
Re: Menino que Ainda Sou
Obrigado pelo gentil comentário.
Um abraço,
REF
Re: Menino que Ainda Sou
Ainda bem que era apenas um sonho.
...e há sonhos que realmente nos marcam. :-)
Re: Menino que Ainda Sou
Sim, Manuela, felizmente era só um sonho.
Obrigado pelo teu gentil comentário.
Bj,
REF