Ainda assim insisto
Ainda assim insisto!
Será o momento de parar
e pensar um pouco...
quem fui?
quem sou?
quem serei?
No instante da sublime queda do pingo d´água vejo a chuva lentamente escorrendo na vidraça
e a sua breve canção no vento...
São tantos os presságios que me assaltam
As amarguras, a paisagem agreste
O mar que sussurra ao longe
E o cheiro de algo no ar...
a quem sirvo?
a que sirvo?
para que sirvo?
No fecundo momento de lutar por algo que acredito ou acreditava?
Será que existe um idéia que floresça neste solo árido?
No grande areal, vazias mentes, dementes ou, quiçá tormentas, tempestades de areia.
Que existe algo por trás da chuva que é a sensação de lavar as superfícies
porém, esta chuva fina é incapaz de retirar as impurezas que existem por dentro das pessoas vulgares, que a tudo banalizam...
Um temporal assusta,
arrasta, mas rapidamente passa,
deixa impressões e medos,
gera temores, mas, vêm logo a bonança
A fina chuva fica lenta,
vagarosa a corroer as barreiras,
a formar poças, a produzir desastres,
a soterrar, a desabrigar.
Temporal, tempestade, chuva fina ou garoa
Remetem a uma analogia com o ser humano
Cujo comportamento vai da omissão à descrença
Do oportunismo ao clientelismo
Às vezes são gente - gentis, gentileza
Outras vezes são vermes - arrogantes, avareza...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Agosto de 1990.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1345 reads
Add comment
other contents of AjAraujo
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Intervention | Orfeu Rebelde (Miguel Torga) | 0 | 5.689 | 02/22/2012 - 11:57 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Os homens amam a guerra (Affonso Romano de Sant´Anna) | 0 | 1.848 | 01/22/2012 - 11:13 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Eppur si muove [Não se pode calar um homem] (Affonso Romano de Sant´Anna) | 0 | 3.074 | 01/22/2012 - 10:59 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | O Leitor e a Poesia (Affonso Romano de Sant´Anna) | 0 | 9.635 | 01/22/2012 - 10:48 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Um despertar (Octavio Paz) | 0 | 2.560 | 01/21/2012 - 23:14 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Pedra Nativa (Octávio Paz) | 0 | 4.489 | 01/21/2012 - 23:10 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Entre Partir e Ficar (Octávio Paz) | 0 | 2.744 | 01/21/2012 - 23:05 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Fica o não dito por dito (Ferreira Gullar) | 0 | 1.883 | 12/30/2011 - 07:19 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | A propósito do nada (Ferreira Gullar) | 0 | 2.877 | 12/30/2011 - 07:16 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Dentro (Ferreira Gullar) | 0 | 10.407 | 12/30/2011 - 07:12 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O que a vida quer da gente é Coragem (Guimarães Rosa) | 2 | 3.274 | 12/26/2011 - 20:55 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Adeus, ano velho (Affonso Romano de Sant'Anna) | 0 | 3.239 | 12/26/2011 - 11:17 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Para que serve a vida? | 0 | 3.280 | 12/11/2011 - 00:07 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Natal às Avessas | 0 | 1.752 | 12/11/2011 - 00:03 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | A voz de dentro | 0 | 3.325 | 11/18/2011 - 23:14 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | As partes de mim... | 0 | 2.366 | 11/18/2011 - 23:00 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Curta a Vida "curta" | 0 | 3.062 | 11/13/2011 - 12:46 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Lobo solitário | 0 | 4.734 | 11/13/2011 - 12:46 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A solidão na multidão | 0 | 5.553 | 11/13/2011 - 12:43 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Não permita que ninguém decida por você... Seleção de Pensamentos I-XVI (Carlos Castañeda) | 0 | 6.853 | 11/12/2011 - 11:55 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Não me prendo a nada... (Carlos Castañeda) | 0 | 3.208 | 11/12/2011 - 11:37 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Um caminho é só... um caminho (Carlos Castañeda) | 0 | 4.143 | 11/12/2011 - 11:35 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Procura da Poesia (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 2.536 | 11/01/2011 - 12:04 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Idade Madura (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 3.060 | 11/01/2011 - 12:02 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Nosso Tempo (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 4.783 | 11/01/2011 - 12:00 | Portuguese |
Comments
São tantos os presságios que
São tantos os presságios que me assaltam
As amarguras, a paisagem agreste
O mar que sussurra ao longe
E o cheiro de algo no ar...
a quem sirvo?
a que sirvo?
para que sirvo?
Re: Meditações sobre a vida: A pena
LINDO POEMA, GOSTEI!
desejos de um maravilhoso ano novo de 2010!
Com maui paz e muito amor!
Marne
Re: Meditações sobre a vida: A pena
Parabéns pelo belo poema.
Gostei muito.
Um abraço,
REF
Re: Meditações sobre a vida: A pena
AjAraújo,
Gostei muito das metáforas, da rima e da musicalidade!
Desperta o interesse pela leitura que flui contínua...
Parabens!