Voz à morte

Faço de ti a minha razão de viver…fatalmente
Desfaço-me entre sonhos, murmúrios,
E poemas ácidos e opacos

Lanço, a lança à costela

Martirizo as palavras
Mascaro as falas
Masco a língua

Esquartejas minha pele
Com teus suspiros desfalecidos
Adensas a minha razão
Não desfazes minha ilusão

Atiras e cospes a primeira pedra

Omito-me, rasgo a minha voz
Ato as mãos…peço perdão

Os pulsos sangram, a mente transborda
O penúltimo desejo…

(Dito a ultima mensagem ao vento)

O fim chega silenciosamente,
Sem rodeios,
Sem propostas,
A esperança implode no peito
A morte recolhe o restante

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Wednesday, December 30, 2009 - 18:50

Poesia :

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IsabelPinto

IsabelPinto's picture
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Comments

Obscuramente's picture

Re: Voz à morte

Os versos do poema podem ser invertidos de baixo para cima e manter o sentido geral... mas com uma dinamica diferente ao nivel da musicalidade.

Muito interessante, muito bem escrito. beijo.

jopeman's picture

Re: Voz à morte

o ser esquartejado pela omnipresença da morte

Um texto fatal, entre a dor e a vida, entre a voz e o silêncio, entre o sonho e a morte

gostei mto

bjos

MarneDulinski's picture

Re: Voz à morte

LINDO POEMA, GOSTEI!
FELIZ 2010, CHEIO DE BOAS REALIZAÇÕES!
Marne

RobertoEstevesdaFonseca's picture

Re: Voz à morte

Belo poema.

Gostei muito.

Um abraço,
REF

Manuelaabreu's picture

Re: Voz à morte

A morte...quem não pensa nesse flagelo?

Bonito momento de reflexão ao ler a tua mensagem
há pessoas vivas que é como se estivessem mortas... e há pessoas mortas que é como se estivessem vivas face a não só lindas histórias de morrer deixadas na terra bem como histórias horriveis que fazem temer qualquer um na vasta terra.

Um feliz ano novo junto dos que te rodeiam! :-)

Nanda's picture

Re: Voz à morte

Isabel,
Um poema forte na conotação de fim e morte, mas belo na escolha criteriosa das imagens poéticas.
Beijinhos e Feliz Ano Novo de 2010
Nanda

Alcantra's picture

Re: Voz à morte

IsabelPinto,

Soube expressar-se com candura e ao mesmo tempo com força sobre tal temática.

Abraços,

Alcantra

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