Cova e Cor
Minhas lágrimas nunca são de cansaço...
mas como eu queria que fossem.
Como eu desejo não ser...
um risível tiro e um estilhaço de mim
Caí
mas caí em silêncio. É assim que os grandes vão ao declínio,
sem estrondo,
na impecabilidade das palavras fáceis
no farfalhar sutil das folhas secas
Atei a gravata, ateei fogo...
mas hoje não pretendo sair de casa...
Devo saltar? Devo saltar da cadeira e ficar suspenso?
Suspense. Não. Covardia e coragem, uma coisa só. Eu, uma coisa só. Eu, covardia e coragem.
Cova e cor.
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Tuesday, April 13, 2010 - 00:43
Poesia :
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Comments
Re: Cova e Cor
Interessante e perscrutador, muito bem conseguido, adorei a forma como pegou nas duas palavras e as transformou numa nova materia prima, dando outra cor ao poema!
brilhante, deveras!
Beijinho em si!
Inês Dunas
Re: Cova e Cor
"Caí
mas caí em silêncio. É assim que os grandes vão ao declínio,
sem estrondo,
na impecabilidade das palavras fáceis
no farfalhar subtil das folhas secas"
Inteligente, perscrutador...
O fim tb esta muito vem aproveitado, usando o inicio das duas palavras e conseguindo novos significados e novos limites do proprio poema!
Brilhante, deveras!
Beijinho em si!
Inês Dunas