Mulher Galo, Homem Galinha
Nunca imaginaria
Que ainda,
Nessa minha existência,
Assistiria,
A inversão de papéis,
A reversão de valores.
Quando nasci,
Ao entorno do meu berço,
Havia uma sociedade:
Cheia de hipocrisia,
Cheia de covardia.
Mas o papel do homem,
Era de galo de briga,
Era de dono do terreiro,
Era o poderoso do galinheiro,
Aos seus pés ciscava onde,
Quisesse.
Mas o papel da mulher,
Era de galinha choca,
Era dona de casa, ou
Era mulher da vida,
Para galinhar onde,
Pudesse.
Ao entorno dos berços de hoje,
Temos ainda uma sociedade:
Cheia de hipocrisia,
Mas ao contrário,
Cheia de valentia.
Mas o papel do homem,
É de um homem,
É de um homem galinha,
Cisca para todos os lados,
Arrisca em todos os cantos,
Em busca de quem der,
E vier.
Mas o papel da mulher,
É de uma mulher,
É de uma mulher galo,
Canta por todos os lados,
Tenta mandar no galinheiro,
Que tiver.
MARTINS, S. M.
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