O tempo e o amor
O tempo andava devagar no quintal da minha avó
que, em vinhedos labirínticos, se estendia
Tardávamos a chegar aos caramanchões de heras
autênticos palácios encantados
onde, em brincadeiras, me perdia
O campanário da igreja ficava longe
algures no espaço
As saias da minha avó eram antigas
muito maiores que eu
escuras como breu
Quando voltei ao quintal da minha avó
reparei com espanto
que os dias tinham encolhido
à medida que eu tinha crescido
O campanário da igreja marcava o tempo
e eu sentia-o correr
As amigas tinham voado nos meus sonhos
Demarcava, agora, o espaço com o olhar
um olhar húmido, embaciado
que se virou para dentro
O teu amor avó
era desmedido
como o tempo
Teresa Almeida 03.07.11
Submited by
Domingo, Julio 10, 2011 - 00:18
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 938 reads
Add comment
Inicie sesión para enviar comentarios
other contents of Teresa Almeida
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Amor | Nem sempre acerto o meu ritmo | 7 | 860 | 09/26/2011 - 07:35 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Dedicada | Outono | 0 | 712 | 09/23/2011 - 20:37 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | SENTEI - ME À NOITE AO LUAR | 2 | 901 | 09/19/2011 - 14:59 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | O abraço nasceu | 0 | 1.131 | 07/30/2011 - 15:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | O abraço nasceu | 0 | 1.043 | 07/30/2011 - 15:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | O teu corpo é uma estrela, dizes tu | 0 | 963 | 07/19/2011 - 10:43 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O tempo e o amor | 6 | 938 | 07/13/2011 - 13:30 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Ditas-me poesia | 4 | 878 | 07/12/2011 - 21:36 | Portuguese | |
|
Fotos/Caras | ´Teresa de Almeida | 0 | 1.670 | 07/10/2011 - 15:59 | Portuguese |
Comentarios
O amor num certo tempo
Olá, amiga...
Com prazer te deixo umas simples palavras, quanto ao facto de aqui teres chegado:
um espaço diferente onde nos sentimos bem !
Relativamente ao poema, já sabes o que penso: uma ternura traduzida em poema ao teu tempo entrosado com o da tua avó!
Bjo :)
Pela tua mão
Relembrando Teixera de Pascoais,
se não fosse o tempo passado com a minha avó, "eu não era o que sou"
se não fossem amigas como tu, "eu não era o que sou"
É um prazer enorme chegar aqui contigo, pela tua mão.
Bjuzz poetisa amiga. :)
O tempo e o amor
Linda poesia, com reminiscências de sua infância, onde recordas muito amor!
Meus parabéns,
Marne
O tempo e o amor
Fico grata Marne. Beijinhos
Algo raro!! Não se precisa de
Algo raro!! Não se precisa de palavras difíceis para fazer arte...
Obrigado pela leitura =]
O tempo e o amor
Fico sensibilizada! Obrigada Ken. Beijinhos