Origem do sobrenome de família "Lima" em Portugal(PUBLICAÇÃO Nº1)
(todo este texto como podem verifica é baseado em bibliografias e literaturas históricas de Portugal)
Paço de Giela foi de Leonel de Lima visconde de Vila nova de cerveira
Nesta página vamos abordar a in fluência dos Lima's no Alto Minho, mas sobretudo no que diz respeito ao Paço de Giela. Nas “Actas do II Congresso Casa Nobre, um património para a futuro”, José Augusto de Sotto Mayor Pizarro”, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, faz uma longa incursão pela família Lima, desde o século XI, envolvendo Portugal e Galiza.
Estando nós a falar do Paço de Giela, os Lima's interessam-nos, para já, a partir do momento em que Fernão Anes de Lima recebeu o palácio como doação do rei D. João I, que reinou entre Abril de 1385 até à sua morte em 1433.
Fernão Anes de Lima, que era filho de Álvaro Rodrigues de Lima e Inês de Sottomayor, ganhou, entre outras propriedades, o Paço de Giela, quando apoiou D. João I contra a rainha D. Beatriz e João I de Castela, numa nova intentona contra a independência de Portugal.
Nas “Actas do II Congresso Casa Nobre, um património para o futuro” pode ler-se o seguinte: «como recompensa pelos serviços e lealdade, e muito possivelmente para o recompensar pelo que eventualmente lhe fora con scado na Galiza, o monarca português benefi ciou-o com doações em 1398 e 1399», escreveu José Augusto Sotto Mayor, citando depois as “Chancelarias Portuguesas D. João I”, volume I Tomo III, editado por João Alves Dias.
No referido documento lê-se a dado passo: «querendo fazer graça e merecee a fernand’ eannes de lima porquanto nos cou a servir e he já nosso vassallo», fez-lhe doação da «nossa casa de Geella com todas as suas perteenças e da nossa terra de Valdevez com todas as suas rendas direitos foros tributos e com toda a sua jurdiçom cível e crime mero e misto império (…)».
Sobre a mesma matéria, o outro estudioso Luís Figueiredo da Guerra, no livro “Fernão Anes”, também escreve: «Fernão Annes de Lima (…) recebeu particulares mercês, e entre ellas a doação das Terras de Val-de-vez, e do Cazal de Giella. Aqui, depois de aforar terreno ao Dom Abbade de Sabbadim, fundou a torre que se ergue sobranceira ao valle (…)».
D. Leonel de Lima foi quem terá feito do Palácio de Giela uma grande moradia. Num artigo publicado nas “Actas do 1.º Congresso Internacional” publicado no livro “Casa Nobre – um património para o futuro”, António Matos Reis refere que, mantendo de pé a altaneira torre e aproveitando alguns elementos de construção anteriores, D. Leonel de Lima «ter-se-á abalançado à construção de um palácio dotado de certa grandeza, para nele estabelecer a sua residência e a partir daí administrar os seus domínios».
Alcaide de Ponte de Lima
A fama do Paço de Giela proveio não só da sua dimensão e posição de poder, mas também pelos títulos nobiliários que usufruíram os seus moradores. De facto, D. Leonel de Lima, falecido a 13 de Abril de 1495, pelos feitos dele e do próprio pai, Fernão Anes de Lima, depois de ter sido titulado como 1.º Visconde de Vila Nova de Cerveira, foi nomeado alcaide de Ponte de Lima. Como certamente falaremos quando o suplemento “Património” estiver em Ponte de Lima, foi ele quem, em 1469, deu início à construção do Palácio do Alcaide. Pode-se dizer que o Paço de Giela foi, durante muito tempo uma espécie de centro de negócios do Visconde de Vila Nova de Cerveira. Era a partir de Giela que administrava, com mão de ferro e até alguma brutalidade, os seus imensos negócios em grande parte do Alto Minho. Com a construção do Palácio do Alcaide, Giela perde protagonismo, uma vez que tanto ele como seus sucessores optam por Ponte de Lima.
Sobre D. Leonel de Lima muito já se falou e haveremos de falar dele ainda quando estivermos, por exemplo, em Ponte de Lima, Monção e Vila Nova de Cerveira. Entre a bibliogra a sobre este “galaico-português, destaque para o artigo intitulado “Um Fidalgo minhoto de ascendência galega”, de Humberto Baquero Moreno. O texto foi apresentado no 1.º Colóquio Galaico-Minhoto” e foi publicado nas no volume 1 das Actas, em 1981. Ele terá estado no Norte de África com o rei D. Afonso V, “O Africano”, na tomada de Alcácer-Ceguer, em Outubro de 1458.
É curioso notar como, nas “Memórias Paroquiais de 1758”, o abade de Arcos S. Salvador dizia que a capela, que estava no terreiro Paço de Giela, dedicada a Santo Apolónia, era do Visconde de Cerveira.
retirado de Diário do Minho de 4 de Junho de 2010
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(todo este texto como podem verifica é baseado em bibliografias e literaturas históricas de Portugal)
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