Vitória-régia

Vitória-régia 

E nesse pauperismo caminhamos.
Ah! Tanta gente em meio à agonia.
Quantos louros cantos de louvor
Escutamos em meio à frágil louçainha!

Que júbilo factício é esse, meu Deus?
De um coletivo cancro agonizamos,
Que de nossa astigmática imprudência
Alimenta-se a nos fazer ver pérfidos encantos.

E nesse pauperismo caminhamos.
Uma loa nacional que os litorais abrange,
No olvido de seu velho senhor caiu
E na atmosfera dos ignorados hoje plange.

Que júbilo factício é esse, Pátria minha?
Recebas em versos o que um filho teu deseja;
Que figure alienada nossa soberba algures
E que teu intrépido pavilhão lembrado seja.

Oh! Mãe desfigurada logo em tua aurora.
Que os distintos algozes desse latrocínio
De pagar haverão um dia. Não desanima!
Na tua estirada encontrarás meu patrocínio.

Não serei eu o teu libertador só, Mãe querida.
Embrionária é minha reverente chamada
Àqueles que têm os pés em teu generoso solo,
Para fazermos da miséria gloriosa caminhada.

Do triunfo gritam os ventos às portas de tuas casas
E das mãos marcadas pela dureza da labuta,
A força de uma nova nação surgirá no moço mundo.
Não haverá, Mãe, nada que conteste tua conduta.

Mas, por hora, nesse pauperismo estamos.
Esse infausto destino há um dia de guinar,
Pois surgirão teus fortes filhos de teus recreios
E em teus céus tua soberania vai brilhar.

Dentro de minha esperança vejo tua fortuna;
De tua terra serão extirpadas a fome e a sede,
Os mares arrulharão tua margem de nívea espuma
E permanecerão cobertos teus campos de verde.

Em todos os cantos, todas as estâncias que se sabe,
Representada estará de um valente povo a história
Que em trastes um dia entendeu sua vil realidade
E contra a desumana penúria que regia obteve a vitória.

 


 

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Miércoles, Agosto 31, 2011 - 12:40

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Cortilio

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Não esperava tantas visitas a

Não esperava tantas visitas a esse poema. Obrigado a todos.

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