Em algum lugar que eu nunca estive (Cummings)

Em algum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas
 

Edward Eastlin Cumrnings, que literariamente sempre assinou, e.e. cummings (em caixa baixa) (1894-1962), poeta e pintor norte-americano. Poema traduzido por Augusto de Campos.

 

Submited by

Viernes, Octubre 28, 2011 - 11:34

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

AjAraujo

Imagen de AjAraujo
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 6 años 44 semanas
Integró: 10/29/2009
Posts:
Points: 15584

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of AjAraujo

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Intervención Orfeu Rebelde (Miguel Torga) 0 5.744 02/22/2012 - 11:57 Portuguese
Poesia/Meditación Os homens amam a guerra (Affonso Romano de Sant´Anna) 0 1.880 01/22/2012 - 11:13 Portuguese
Poesia/Dedicada Eppur si muove [Não se pode calar um homem] (Affonso Romano de Sant´Anna) 0 3.122 01/22/2012 - 10:59 Portuguese
Poesia/Intervención O Leitor e a Poesia (Affonso Romano de Sant´Anna) 0 9.680 01/22/2012 - 10:48 Portuguese
Poesia/Intervención Um despertar (Octavio Paz) 0 2.615 01/21/2012 - 23:14 Portuguese
Poesia/Aforismo Pedra Nativa (Octávio Paz) 0 4.560 01/21/2012 - 23:10 Portuguese
Poesia/Intervención Entre Partir e Ficar (Octávio Paz) 0 2.796 01/21/2012 - 23:05 Portuguese
Poesia/Aforismo Fica o não dito por dito (Ferreira Gullar) 0 1.892 12/30/2011 - 07:19 Portuguese
Poesia/Intervención A propósito do nada (Ferreira Gullar) 0 2.933 12/30/2011 - 07:16 Portuguese
Poesia/Intervención Dentro (Ferreira Gullar) 0 10.470 12/30/2011 - 07:12 Portuguese
Poesia/Pensamientos O que a vida quer da gente é Coragem (Guimarães Rosa) 2 3.332 12/26/2011 - 20:55 Portuguese
Poesia/Dedicada Adeus, ano velho (Affonso Romano de Sant'Anna) 0 3.266 12/26/2011 - 11:17 Portuguese
Poesia/Meditación Para que serve a vida? 0 3.320 12/11/2011 - 00:07 Portuguese
Poesia/Dedicada Natal às Avessas 0 1.809 12/11/2011 - 00:03 Portuguese
Poesia/Intervención A voz de dentro 0 3.444 11/18/2011 - 23:14 Portuguese
Poesia/Intervención As partes de mim... 0 2.391 11/18/2011 - 23:00 Portuguese
Poesia/Pensamientos Curta a Vida "curta" 0 3.095 11/13/2011 - 12:46 Portuguese
Poesia/Intervención Lobo solitário 0 4.800 11/13/2011 - 12:46 Portuguese
Poesia/Pensamientos A solidão na multidão 0 5.787 11/13/2011 - 12:43 Portuguese
Poesia/Pensamientos Não permita que ninguém decida por você... Seleção de Pensamentos I-XVI (Carlos Castañeda) 0 6.939 11/12/2011 - 11:55 Portuguese
Poesia/Pensamientos Não me prendo a nada... (Carlos Castañeda) 0 3.265 11/12/2011 - 11:37 Portuguese
Poesia/Pensamientos Um caminho é só... um caminho (Carlos Castañeda) 0 4.292 11/12/2011 - 11:35 Portuguese
Poesia/Meditación Procura da Poesia (Carlos Drummond de Andrade) 0 2.573 11/01/2011 - 12:04 Portuguese
Poesia/Intervención Idade Madura (Carlos Drummond de Andrade) 0 3.127 11/01/2011 - 12:02 Portuguese
Poesia/Meditación Nosso Tempo (Carlos Drummond de Andrade) 0 4.849 11/01/2011 - 12:00 Portuguese