Juras de Amor

E os dias de repente são horas neste amargo fel da vida. A barca que me leva não sei quem a conduz, certamente algum demónio a quem não consigo encarar. Em ti faço o meu pensamento vasto, estúpido como cal, reverente como o Sol. Respiro em função de uma supressão reversa a um beijo teu, o âmago espiritual em teu redor remete-me para o Paraíso Infernal dos amantes, dos que se amam, que se querem, desejam fortemente, unicamente. Não me canso, nem posso nunca me cansar de clamar que te amo, que te quero, vivamente… aos céus, aos infernos, aos demónios. És tu quem eu busco, tormento, saltando séculos, respirando células carnívoras, desejosas de te sentirem, uma vez mais, o cheiro. Aquele arfar particular, ritmado, que não muda. Particularmente, eu sinto-te à distância, sim…sinto-te. Sei de cor todos os teus pensamentos, os teus desejos, porque são os meus. Por mais que eu redija textos e mais textos, nunca conseguirei acabar de descrever o meu amor louco por ti. A ambição que me faz te querer, tão enlouquecidamente, dias após dia, século após século. São milhares de anos que compartilho contigo, olhares que só tu entendes, tristezas que só tu transformas em alegrias com um sorriso, que vive comigo faz tempo. E o passado é uma porta aberta para um Futuro que iremos partilhar, continuamente, meu amor. Não há erros a perdoar, confiança a reestabelecer, és digno de ser o Imperador do meu Reino… E que Deus e todos além sejam testemunhas do mais belo sentimento que vive connosco, que o respeitem e o guardem em seus corações para toda a eternidade. E nós que a conquistamos, seremos felizes com fel e mel. Não sei fazer juras de amor, sei sim te amar uma e outra vez, até que os lábios que são teus se colem aos meus.

Joana Silva