Ego de um vampiro II

Numa noite igualmente a esta bonita
Uma a uma estas palavras foram 'scritas...
Escritas em tempos imemoriais
Com rubro sangue de teus ancestrais.

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Mataria para não ver dia amanhecer.
Feriria pra sarar minhas feridas:
Pelo teu pescoço a lenta verter
Serei eu a deliciar-me da tua vida.

Da noite sou o silencioso andarilho;
Sou o maculador do solo sagrado.
Na escuridão eu sou o último brilho,
Terror nos olhos dos antepassados.

Sou tudo o que há de belo no que é mau:
O amante da fria e silenciosa noite.
Da morte que é farta eu sou o comensal...
Nas costelas do cão raivoso o açoite!

Sou a tua face mais sinistra no espelho.
Se esconder? Eu sinto a tua pulsação...
Pois sou a besta-fera de olhos vermelhos!
Eu simbolizo as presas do dragão!

-Adolfo J. de Lima