DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
O amanhã
é sombra iluminada de luz,
nas carências que a alma exige do corpo
que trago ao colo de uma paixão encurralada,
num subsolo de duvidas confirmado o meu ideal.
Há uma paixão
que há muito não segue
a suprema realidade da minha indomável solidão.
Sobrevivo à seca
despontada nos meus nulos
vigorizados e demasiadamente repetitivos,
desolados em gotas que acumulam nuvens de dor.
A solidão
deixa de ser triste quando é liberdade
sob um planalto varrido por ventos de fogo,
na franja de uma esperança que absorve o depois.
A saudade
devora o tempo de medo,
mas goza a esperança encontrada
num amor tatuado no Sol que bronzeia
de prazer cada ontem do meu chegar hoje
a este cálice de emoções que bebo da minha poesia.
Sou colheita de nada
num jardim sobre uma lua que não existe,
esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam.
Afio as garras
do rancor sobre o dorso
de um rochedo de ausências
nas minhas vontades que reclamam poéticas,
num alarme que soa revolta no brilho dos meus olhos.
Toca-me o olhar
a perfeição que a solidão não completa,
vociferando o murmúrio de uma alma gémea
que devaneia nas entrelinhas dos meus versos de paixão.
Desnudo
o arbusto da solidão
que pende sem eco numa crosta salgada de lágrimas no rosto.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 783 reads
Add comment
other contents of Henrique
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | AMAR É O MEU SEMPRE | 3 | 1.939 | 11/05/2009 - 12:13 | Portuguese | |
Poesia/Amor | AMAR A TRÊS | 6 | 1.564 | 11/05/2009 - 12:10 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | AMAR É DEMAIS E MUITO MAIS | 1 | 2.965 | 11/03/2009 - 14:19 | Portuguese | |
Poesia/Amor | AMO O TEU LUAR | 9 | 780 | 10/28/2009 - 23:23 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | CRIANÇA DE UM DIA MAGIA | 5 | 436 | 10/16/2009 - 09:10 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | DEDICADO A UMA MULHER | 7 | 1.532 | 09/20/2009 - 17:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | DESTINO QUE NÃO PÁRA DE ACONTECER | 7 | 766 | 09/20/2009 - 17:20 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | O AMOR SÃO NOVE MESES | 1 | 581 | 09/17/2009 - 10:12 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | DE PERNAS ABERTAS | 3 | 1.705 | 09/15/2009 - 17:28 | Portuguese | |
Poesia/Amor | ESVAIO-ME EM PROCURAS DE TI AMOR | 5 | 2.137 | 09/15/2009 - 10:21 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | DE QUEM VIVE, VOA E COME... | 1 | 565 | 09/11/2009 - 05:18 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | DE UM TEMPO MEU | 1 | 1.223 | 09/06/2009 - 16:45 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | MORRERAM MEUS POEMAS | 7 | 1.123 | 08/28/2009 - 20:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | SILÊNCIOS NUS NA UTOPIA | 4 | 1.428 | 08/04/2009 - 12:09 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | ARAGEM FERIDA | 4 | 1.368 | 08/04/2009 - 11:59 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | CEMITÉRIO DO TEMPO | 5 | 730 | 08/04/2009 - 11:54 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | CADA DOMINGO É UM EPISÓDIO | 5 | 610 | 08/04/2009 - 04:48 | Portuguese | |
Poesia/Amor | AGOSTO | 5 | 2.556 | 08/04/2009 - 04:41 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | ÁS DE PRAZER | 1 | 1.014 | 07/30/2009 - 15:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | SEGUNDO-A-SEGUNDO | 2 | 618 | 07/26/2009 - 17:26 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | CONSTRUÇÃO DE ESPERANÇA | 5 | 716 | 07/26/2009 - 02:30 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | OS CORNOS DO DIABO | 1 | 761 | 07/26/2009 - 01:05 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | SE O TEMPO CURA TUDO: | 7 | 1.069 | 07/22/2009 - 11:07 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | OFEREÇO-ME PARA UM NOVO DIA | 8 | 559 | 07/21/2009 - 04:37 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | ÂNSIA ALUCINANTE | 2 | 664 | 07/21/2009 - 04:30 | Portuguese |
Comentarios
Ficou muito bom... Gostei
Ficou muito bom...
Gostei bastante.
Abraço, ...)...(@
:)
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Olá, Henrique!
Muito grata pelo seu simpático comentário ao meu poema.
Sinto uma tristeza e uma revolta enormes, no seu poema.
Amigo, todos nós passamos por estes períodos na vida. Eu mesma passei por algo assim durante 5 anos. Hoje, estou preferindo estar só a estar mal acompanhada. Talvez o que eu procure, não exista e eu seja exigente demais, mas não me contento com o pouco por não ter o que preciso.
As voltas da vida fazem de um dia de chuva, um dia de sol. De noites de trovoadas para noites enluaradas. E então, acabo fazendo um poema para dizer-lhe que tente ser feliz, começando por dentro de si mesmo. Vai ver como fica muito melhor. beijos
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
E não é que o arbusto ficou desnudado :-)
Grande poema
Abraço
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Voce se supera a cada texto cada verso.
Encontrei identidade total na força de seus
versos.
Querido amigo aquele abraço...
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
No fundo entre tantas as dores e desamores, sempre uma saudade tragada numa taça...