Vozes do Fim
Frívolas vozes
contam-me o fim,
como se dele
eu não participasse.
Dizem-me hipócritas consolos,
como se tais me aliviassem.
Como se um anjo os enviassem.
Invejo-te espectador
da minha desventura.
Bom seria se não fosse
tanta amargura.
Mas esse fim
que eu nunca quis,
esmaga-me como
grosseria sem verniz.
Sim, eu sei Cavalheiros:
minha dama se foi por inteiro.
Sim, prezadas Damas,
reabasteço meu drama
ao deitar-me no vazio
do leito frio.
Porém, Senhoras e Senhores,
nada pude contra o desamor.
Deixem-me, pois, dolorido
e entristecido. E contentem-se
em gozar do próximo
choro sofrido.
Logo, outro amor sucumbirá
e lhes será entregue.
Outra dor ficará ao vosso prazer.
Aproveitem o lazer.
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Jueves, Enero 26, 2012 - 11:03
Poesia :
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