GRITOS
GRITOS
Pedras que comem gente
E gente que pedras comem
Mas há gente que consente
Que haja gente que nada comem
Tão dura é a vida de gente
Que de gente não têm nada
De nada servem os dentes
Quando de nada é tratada
São duras e pedras frias
Que gente usa no seu lar
Pedras que fazem sangria
Na gente que espera dar
Pedras quentes já não usam
A gente com pouca vida
Pedras quentes também cansam
Se a vida não for sentida
Grandes pedras não removem
São usadas como o nada
Para si todas comem
Todas elas são pesadas
Pedras soltas nada dizem
São mudas por natureza
Pesam muito e nada fazem
São pesadas como a pobreza
Revoltem - se pedras pequenas
Mas não são precisas armas
Param as mãos sem pena
Usem a voz em tom de farpas
Entre as pedras há faíscas
Quando aquecem os lombos
São duras e muito artistas
Correm de tombo em tombo
Não há sossego na serra
No mar e em todo o mundo
Usam as pedras na guerra
E as do mar estão no fundo
Calem – se e deixem viver
Ou gritem até chorar
Pedras não deixam de ser
Corpos que sabem gritar
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