AI O SABONETE

 

Ai o sabonete

 

 

Ai se eu tivesse a liberdade do sabonete,

Todos os dias eu podia ver-te,

Toda nua, voluptuosa no teu banho,

Esfregar-te e ver aumentar o meu tamanho,

Não do meu corpo inteiro, apenas uma parte,

Com todo o meu empenho e tanta arte,

Percorrendo o teu corpo com suavidade,

E sentir-te a tremer de felicidade.

 

Assim, como não sou o sabonete,

Apenas vestida eu posso ver-te,

Dar asas à minha tanta imaginação,

E fazer acelerar o meu coração,

Sonhar que estou agarrado a ti,

Mas este sonho irreal não passa daqui,

Enquanto, o teu olhar não encontrar o meu,

E o amor entre os dois ainda não aconteceu.

 

Como desse sabonete eu tenho tanta inveja,

E até ciúmes quanto o teu corpo esfrega,

As tuas partes mais íntimas do teu ser,

E eu cá da rua, sozinho, não te posso ver,

Pensando apenas ocupar o lugar do sabonete,

Para esfregar o teu corpo e poder ver-te

O delírio dos teus olhos para o céu,

Fazendo acelerar o coração que é meu.

 

O lugar desse sabonete é só meu,

Desejo derreter-me no corpo que é teu,

Conseguiste ver-me e o meu olhar encantou,

E este meu desespero já acabou,

Agora tenho o sabonete para nos esfregar,

E sentirmos os dois o amor entrar,

Já não tenho ciúmes do sabonete,

Pois a qualquer hora eu já posso ver-te.

 

 

Tavira, 15 de Junho de 2012-Estêvão

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Viernes, Junio 15, 2012 - 09:17

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

José Custódio Estêvão

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Comentarios

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poema

Obrigado pelo comentário. Uma ensaboadela quando se merece serve para pensar.
Faça o favor de ser feliz

Estêvão

Imagen de Adolfo

Malícia é sempre assim:

Malícia é sempre assim: escorregadia... Pedindo pelo controle de uma mão firme para que não se acabe antes de alcançar "lá"...
;)

Imagen de José Custódio Estêvão

poema

Pois é quem não gosta de uma boa malícia destas?
Obrigado pelo comentário.
Faça o favor de ser feliz

Estêvão

Imagen de Henricabilio

Nada como uma

Nada como uma sensual
ensa_boa_dela... rss

Saudações!

Abilio.

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