PRÍNCIPE DO NADA

PRÍNCIPE DO NADA

 

Já fui príncipe do nada,

E também filho de uma fada.

Já fui irmão de toda a gente,

E agora sou um pai contente.

Os tempos de príncipe já lá vão,

Agora só tenho a recordação,

Dos sonhos de uma doce criança

Que, nasceu de uma grande esperança.

Ser um príncipe sem reinado,

É algo que não me fez encantado.

Ser um príncipe da brincadeira,

Um príncipe sem eira nem beira.

Os tempos de príncipe acabaram cedo,

Como os tempos de crescer sem medo,

Foram sonhos sempre encantados,

Onde viajava por todos os lados.

Num corpo de príncipe viver,

Sem nunca nada acontecer. 

Mandar sem ter um principado,

É um sonho do qual saí enganado.

Príncipe descalço e de calções remendados,

O nada foi meu reino sem soldados.

Agora sou rei e príncipe do passado,

E sirvo a minha vida como um soldado.

Tenho as armas da minha inteligência,

Defendo a vida com toda a paciência.

Sinto – me bem com ela e agradeço,

E por isso mais nada eu lhe peço.

 

2006-Estêvão

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Lunes, Agosto 6, 2012 - 08:14

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José Custódio Estêvão

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