Versos Universais II

VERSOS UNIVERSAIS

– II –
Fitando todo aquele mar de treva
Diante de mim o Júpiter se eleva
Como se um mundo tornara-se alguém
A exibir seu único tempestivo olho...
Pensando em perguntar: "quem te fez caolho?"
Eu penso que capaz não haja ninguém...

Meteorito rasgando a escuridão
Tal qual lampejo de vida em Plutão
Tal múltiplos espasmos musculares,
Sem noção de quem lhes é todo ouvidos,
Na ignorância da crença a um pedido
Fazer as gentes erguem os olhares!

Ataviam-se e penso: passou do cúmulo!
Abra-se a terra, engula-nos tal um túmulo!
E o cosmos nunca sentirá a perda.
Não desta raça primitiva e tosca
Cega a toda luz que há em si, feito moscas
Se encantando por pedaços de merda!

'Stirado ao chão todo corpo um dia fica:
É a gravidade quem nos crucifica
Tal qual uma medalha no seu peito.
Tal uma divindade --indivisível, cruel,
Egoísta -- nega aos vis mortais o céu,
Transmuta a (boa) vontade em despeito!

Por que diabos não fui parido cego?!
Não há muita diferença entre o morcego
E o soturnismo de minha pessoa:
Nas horas em que mais se faz o frio
Nos manifestamos ante o vazio,
Sobrevivemos de tudo o que ecoa

Pelo imenso do espaço abobadado
Sob o qual sinto-me sempre velado...
Sob o qual tremo com a psicótica
Idéia de que a lua, de tal forma irada,
Tal qual fosse uma órbita revirada,
Me vigia, exposta apenas a esclerótica!

Submited by

Martes, Agosto 14, 2012 - 13:04

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

Adolfo

Imagen de Adolfo
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 19 semanas 4 días
Integró: 05/12/2011
Posts:
Points: 3582

Comentarios

Imagen de Adolfo

Cosmos

Sentem-se assim diante da grandiosidade do céu, esquecendo... Renegando! a grandiosidade que cada um carrega dentro de si.

E muito obrigado por ler, amiga Suêdy ((:

Imagen de desempenho.webnode.com

Pequenos somos diantes desTe

Pequenos somos diantes deste imenso universo!E a vida humana é quase nada em relação aos céus!

Belo poema!

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Adolfo

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Soneto Tributo a Augusto dos Anjos II 0 876 06/30/2011 - 16:49 Portuguese
Poesia/Soneto Tributo a Augusto dos Anjos I - Lida 0 815 06/30/2011 - 16:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Natureza humana 0 1.359 06/30/2011 - 03:04 Portuguese
Poesia/Amor E quanto ao que de ti mais desejo? 0 490 06/29/2011 - 22:21 Portuguese
Poesia/Amor Feliz ironia 0 1.065 06/29/2011 - 22:18 Portuguese
Poesia/General Sobre os poemas que ela escreve para mim 0 1.023 06/29/2011 - 22:16 Portuguese
Poesia/Soneto Ataque de abstinência Parte II 0 1.127 06/29/2011 - 22:09 Portuguese
Poesia/Soneto Ataque de abstinência 0 1.770 06/29/2011 - 22:04 Portuguese
Poesia/Soneto Criancinha sonolenta 0 1.022 06/29/2011 - 21:54 Portuguese
Poesia/General Sobre um sonho que tive II Parte II 0 1.335 06/29/2011 - 21:45 Portuguese
Poesia/Soneto Surto com cerejas VI 0 984 06/29/2011 - 18:19 Portuguese
Poesia/Soneto Ser humano 1 518 06/18/2011 - 17:42 Portuguese
Poesia/General Sobre um sonho que tive II Parte I 0 762 06/18/2011 - 14:30 Portuguese
Poesia/Amor Te amo 0 771 06/17/2011 - 19:03 Portuguese
Poesia/Amor Convite da chuva IV 0 1.031 06/17/2011 - 19:02 Portuguese
Poesia/Amor Dia dos Namorados 0 711 06/14/2011 - 19:48 Portuguese
Poesia/Amor O Pescador Parte II 0 1.101 06/11/2011 - 14:44 Portuguese
Poesia/General Poesia modernista 0 835 06/10/2011 - 21:34 Portuguese
Poesia/Amor Feito maré... (O Pescador Parte I) 0 680 06/10/2011 - 21:00 Portuguese
Poesia/Soneto Ser Poeta VI 0 976 06/08/2011 - 21:01 Portuguese
Poesia/Soneto Ser Poeta VI 0 864 06/08/2011 - 20:58 Portuguese
Poesia/Desilusión Tudo morre 0 892 06/08/2011 - 20:51 Portuguese
Poesia/Soneto Reciprocidade 0 924 06/08/2011 - 20:45 Portuguese
Poesia/Amistad A um anjo de olhos claros – Sermão 0 833 06/08/2011 - 20:40 Portuguese
Poesia/Soneto Ser poeta VIII 0 852 06/08/2011 - 20:37 Portuguese