Versos de Cabral

O vento que carregava
o verso de João Cabral,
primeiro soprou as águas
do Capiberibe,
mas foi em vão
que tentou lavar
a morte Severina.

Agora, que o escuro desceu,
ele só busca o Passado
que cheira ao mel
da cana esmagada,
com a alma
do homem canavial.

Agora ele só busca o Passado,
onde o urro da besta-fera
assassinava os touros embaixadores
nos dramáticos
domingos diplomáticos.

Agora ele só busca o Passado,
da Sevilha que vestia o homem
e do cais de todo porto
que despia as putas do Mundo.

Agora ele só busca
os versos de Cabral,
que o vento de lá
haverá de proferir.

       Homenagem pouca ao Mestre João Cabral de Melo Neto.

Submited by

Miércoles, Agosto 29, 2012 - 11:57

Poesia :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 8 años 19 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Bruxas 2 3.404 07/14/2009 - 13:56 Portuguese
Poesia/General Por quem 1 5.187 07/12/2009 - 20:19 Portuguese
Poesia/Tristeza Outono 2 2.974 07/09/2009 - 18:26 Portuguese
Poesia/Dedicada Isabel 1 5.401 07/08/2009 - 12:08 Portuguese
Poesia/Aforismo "Vivere Est" 2 4.107 07/07/2009 - 17:57 Portuguese
Poesia/General Foto 1 3.946 07/04/2009 - 21:41 Portuguese