AO OUVIR CHORAR
AO OUVIR CHORAR
Quando ouço o choro duma criança,
Corre logo à minha lembrança,
Um olhar triste para o mar,
Doutra criança que era a minha,
Que corria para o mar e depois vinha,
Com uma grande vontade de brincar.
O choro da minha criança sem alegria,
Por ter a sua alma sempre vazia,
Do que mais precisava e não tinha,
Disfarçava mas não conseguia evitar,
De mostrar o seu olhar triste ao mar,
Sob o olhar triste da sua mãezinha.
Este choro a minha criança não gosta de recordar,
Fica triste por de quando em quando se lembrar,
Da fome que a invadia mas desejava viver,
Quando se agarrava a ela e não queria sair,
Da sua alma viva para sempre dela fugir,
Mas não tinhas forças para correr.
Tudo o tempo já fez tanto tempo passar,
Mas não posso passar muito tempo sem me lembrar,
Do tempo em que a razão conhecia mas não sabia,
Por ma terem roubado logo de pequenino sem razão,
E me deram a ignorância para encher a minha mão,
Com direito a rezar apenas uma Ave - Maria.
2008-Estêvão
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Comentarios
AO OUVIR CHORAR
Sim, trata-se na realidade dum poema assaz triste até porque ter direito a uma simples Avé Maria, não lhe alimentava senão a alma, se é que disso tivesse até a percepção. Então e o corpo? É pena que o tema deste poema seja, digamos, o eco de outros que, certamente, tantos ex-meninos recordarão.
POEMA
Eu fui uma dessas crianças. O poem é uma realidade vivivida pelo próprio
Obrigado
Um abraço Estêvão