SENTIR O VENTO

Sentir o vento

 

 

Quando sinto o bater do vento no meu ser,

Alegro – me, sei que estou a viver,

Desde o meu conhecimento até chegar aqui,

Recordando os passos em falso do meu destino,

Corrigindo – os, logo desde de pequenino,

Com a sabedoria que ganhei no tempo que já vivi.

 

Não me importa que o vento seja severo comigo,

O que me interessa é saber que com ele vivo,

Não me queixo das pancadas que ele me dá,

Quero senti – lo muitos anos, até ser velhinho,

Pois as pancadas que ele me dá, é de carinho,

Incitando – me a viver para cá e para lá.

 

No sentir da ventania, à brisa mais melodiosa,

É uma música linda e o perfume de uma rosa,

Dou vivas ao vento por estar na sua companhia,

De pé como uma árvore mesmo a vergar,

Sentir que sou gente e capaz de amar,

Seja com uma brisa ou numa grande ventania.

 

Esteja onde estiver, eu quero sempre sentir o vento,

E das suas pancadas eu nunca me lamento,

Sei defender – me sem nunca o poder agredir,

O vento não tem corpo, nem alma, é invisível,

E quando quer, tanto é agressivo como amável,

E apenas dele me posso esconder ou fugir.

 

Ai, como eu amo o vento que bate no meu ser,

Que me ajudou a vir ao mundo desde o meu nascer,

Sem ele, eu não estaria agora respirando,

Por isso, eu gosto do vento com todo o meu amor,

Sem nunca me queixar de qualquer dor,

Das pancadas que ele me vai dando.

 

Estou contente, e se eu pudesse abraçar o vento,

Para lhe agradecer os momentos que vou vivendo,

Ai, como seria bom sentir um abraço fresco ou quente,

Mas o vento não é de ninguém, passa sempre sem olhar,

Na sua correria louca e nunca sei onde vai ficar,

E eu gosto dele porque me faz sentir gente.

 

 

Tavira, 9 de Agosto de 2010 - Estêvão

 

 

 

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Martes, Febrero 19, 2013 - 10:13

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José Custódio Estêvão

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