SENTIR O VENTO
Sentir o vento
Quando sinto o bater do vento no meu ser,
Alegro – me, sei que estou a viver,
Desde o meu conhecimento até chegar aqui,
Recordando os passos em falso do meu destino,
Corrigindo – os, logo desde de pequenino,
Com a sabedoria que ganhei no tempo que já vivi.
Não me importa que o vento seja severo comigo,
O que me interessa é saber que com ele vivo,
Não me queixo das pancadas que ele me dá,
Quero senti – lo muitos anos, até ser velhinho,
Pois as pancadas que ele me dá, é de carinho,
Incitando – me a viver para cá e para lá.
No sentir da ventania, à brisa mais melodiosa,
É uma música linda e o perfume de uma rosa,
Dou vivas ao vento por estar na sua companhia,
De pé como uma árvore mesmo a vergar,
Sentir que sou gente e capaz de amar,
Seja com uma brisa ou numa grande ventania.
Esteja onde estiver, eu quero sempre sentir o vento,
E das suas pancadas eu nunca me lamento,
Sei defender – me sem nunca o poder agredir,
O vento não tem corpo, nem alma, é invisível,
E quando quer, tanto é agressivo como amável,
E apenas dele me posso esconder ou fugir.
Ai, como eu amo o vento que bate no meu ser,
Que me ajudou a vir ao mundo desde o meu nascer,
Sem ele, eu não estaria agora respirando,
Por isso, eu gosto do vento com todo o meu amor,
Sem nunca me queixar de qualquer dor,
Das pancadas que ele me vai dando.
Estou contente, e se eu pudesse abraçar o vento,
Para lhe agradecer os momentos que vou vivendo,
Ai, como seria bom sentir um abraço fresco ou quente,
Mas o vento não é de ninguém, passa sempre sem olhar,
Na sua correria louca e nunca sei onde vai ficar,
E eu gosto dele porque me faz sentir gente.
Tavira, 9 de Agosto de 2010 - Estêvão
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