NEM TUDO O QUE É DOCE É BOM

Nem tudo o que é doce é bom

 

 

Depois de uma manhã de céu azul e solarenga,

A tarde veste – se de cinzento, e a chuva cai como oferenda,

A tarde já envelhece e eis a chuva que chega,

O Sol a pouco e pouco também já se tapou, tinha frio,

E de cinzento também se cobriu,

O eterno tempo é quem manda, ele quer que assim seja.

 

 

E eu que estou cá em baixo, levo com a chuva que não é fria,

Cai lentamente, de mansinho, é melhor do que bravia,

Embora muita gente, não goste dela,

A chuva, embora às vezes feia, fará uma cara bonita,

Dá o verde aos campos que são lindos e a terra acredita,

Que por vezes a chuva faça muitas caras feias, também é bela.

 

 

A chuva penetra na terra que é fêmea e assim dará os seus frutos,

Pois embora, às vezes sejam demais os seus queridos contributos,

Para todos comermos e vivermos e mesmo mal dela dizendo,

Todos abençoarão o céu pela chuva que vai caindo,

E por vezes o vento a acompanhe também bramindo,

Por causa da chuva todos nós os seus frutos vamos comendo.

 

 

Por vezes até falamos mal da chuva quando é demais,

Mas ela, vai caindo, quando quer e às vezes provoca muitos ais,

E nada podemos fazer para evitar que a chuva caia,

Das altaneiras nuvens que se formam nos altos céus,

Talvez seja mandada ou não por vontade de Deus,

E quando toca na terra, ela se deleita, penetra e desmaia.

 

 

A chuva vem, tarde ou tarde ou cedo, ela sempre cai,

Ela sabe quando deve molhar e assim ela vem e vai,

Não quando nos apetece, ou quando nós queremos,

Mas sim, quando as ordens da Natureza ela tem de cumprir,

Destas ordens certamente ninguém pode fugir,

E enquanto vivermos, assim sempre obedeceremos.

 

Tavira, 10 de Outubro de 2010 – Estêvão

 

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Viernes, Abril 5, 2013 - 09:04

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José Custódio Estêvão

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