Espionagem

- Sei quem és
Criatura atroz!
Sei dos ventos e marés
em que o Diabo te compôs…

- Mas não sabes, ó imodesto!
das luzes que pinto, por de dentro das entranhas.
Não sabes da queda dura que é preciso
até me tornar monstro de vis manhas!
Capaz dos piores crimes, das vinganças
pela mentira com o bafo das matanças…

- E que me interessa a isso a mim, o bem-parecido?
Que importa à cultura do sofrimento
de um, um só!, espírito sem abrigo?
Há tantos p’ra saudar, alegremente
sem ter que pôr o coração a pensar entristecido!

- Mas do desprezo, esse trono neutro em que sentas
cheio de acenos e vestes de trabalho
apenas recolhes frívolas sentenças.
Por isso não me incomodas por saberes
que sou eu quem encena os autos e as comédias
onde enfeito todos os proibídos pareceres.

"Uma forma de o medíocre convencido imitar a grandeza é não dizer mal de ninguém."

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Martes, Julio 7, 2009 - 23:47

Poesia :

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Re: Espionagem

Um intrigante diálogo de um imodesto que julgou saber ler um bem-parecido apenas pela sua capa, e no seu trono neutro tenta ser grande, mas não sabe que não é ele "quem encena os autos e as comédias".
Adorei
Bjos

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Re: Espionagem

"...sou eu quem encena os autos e as comédias
onde enfeito todos os proibídos pareceres."

assim somos, infelizmente: muito bem captado por você.
abraços,
Pedro

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