NASCEU UMA FLOR

Nasceu uma flor

 

 

 

Uma linda flor nasceu num chão sujo e pestilento,

Por ter nascido aqui ninguém olha é um desalento,

É uma flor igual às que nascem num belo jardim,

Como nasceu num chão sujo, continua a ser assim,

Não é justo deixar de olhar só porque nasceu no chão,

Não façam isto a esta flor também merece afeição.

 

Esta flor nascida assim, nunca chega a ser colhida,

Tem perfume como as outras, também tem vida,

Mas é um flor do chão sujo faz toda a diferença,

Nunca chega a embelezar nasceu com uma sentença,

Ser flor do chão, e no chão deve continuar,

Ninguém lhe deita a mão é ali que vai ficar.

 

Todas as flores nascem da terra para quê discriminação?

Seja no chão sujo ou num jardim não há qualquer razão,

Que sejam discriminadas por causa das suas origens,

No momento do seu nascer todas elas são virgens,

Não devem merecer a diferença do nosso olhar,

Por causa do chão onde nascem, assim não se deve pensar.

 

Perante os olhos de Deus dizem que todas são semelhantes,

Pois se assim dizem que é, todas são importantes,

Seja no chão sujo ou num jardim, não interessa o nascimento,

Se as palavras rezam assim, porque não o pensamento?

Ai as mentes são tão mentirosas o que dizem não pensam,

O que dizem desdizem nos exemplos que dispensam.

 

As flores nascidas do chão sujo, sujas sempre se chamarão,

Pelas bocas sujas da desumanidade sem razão,

Todas as flores nascem iguais do fundo da terra natural,

E morrem também iguais, só têm diferenças no mundo social,

Todas as flores têm o mesmo Sol e respiram o mesmo ar,

Todas têm direito ao amor para receber e também dar.

 

Não façam diferenças entre as tantas flores nascidas,

Todas elas são perfumadas mais ou menos bem parecidas,

Sem olhar ao lugar onde as suas raízes à terra se ligam,

Pois é na terra que todas as flores nascem e murcham,

Sem desigualdades são pela terra mãe tratadas,

Façam o mesmo que a terra faz, que do chão sejam levantadas.

 

 

Tavira, 21 de Abril de 2011 - Estêvão

 

Submited by

Miércoles, Junio 26, 2013 - 08:34

Poesia :

Sin votos aún

José Custódio Estêvão

Imagen de José Custódio Estêvão
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 2 años 36 semanas
Integró: 03/14/2012
Posts:
Points: 7749

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of José Custódio Estêvão

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Comedia PESQUEI UMA BOTA 0 1.701 05/28/2012 - 09:53 Portuguese
Poesia/General RELÓGIO DA TORRE 0 1.080 05/28/2012 - 09:49 Portuguese
Poesia/Fantasía FANTASIA 0 964 05/26/2012 - 23:28 Portuguese
Poesia/Meditación FOGO 0 1.059 05/26/2012 - 23:23 Portuguese
Poesia/Meditación QUANDO TINHA A TUA IDADE 0 1.516 05/26/2012 - 23:16 Portuguese
Poesia/Meditación O VELHINHO 0 901 05/26/2012 - 10:14 Portuguese
Poesia/Amor POR AMOR 0 457 05/26/2012 - 10:12 Portuguese
Poesia/Meditación ÁRVORE DE PEDRA 0 1.441 05/26/2012 - 10:10 Portuguese
Poesia/Pensamientos A MINHA CAMA 2 1.768 05/25/2012 - 18:45 Portuguese
Poesia/General SONETO À CRISE 2 2.164 05/25/2012 - 18:43 Portuguese
Poesia/Desilusión GALINHEIRO 2 1.960 05/25/2012 - 18:41 Portuguese
Poesia/General UM PEIXE 2 1.567 05/24/2012 - 15:21 Portuguese
Poesia/Pensamientos ABUTRES 2 1.499 05/24/2012 - 15:17 Portuguese
Poesia/Pensamientos ENTRE A VERDADE E A MENTIIRA 2 2.598 05/24/2012 - 15:00 Portuguese
Poesia/Meditación NAQUELE TEMPO 2 2.120 05/24/2012 - 08:53 Portuguese
Poesia/Amor ROSAL 1 1.192 05/24/2012 - 02:53 Portuguese
Poesia/Pensamientos VENTO 1 576 05/24/2012 - 02:52 Portuguese
Poesia/Pensamientos AMBIÇÃO DEMASIADA 1 2.184 05/24/2012 - 02:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos A FORÇA DA VIDA 3 6.139 05/24/2012 - 02:11 Portuguese
Poesia/Amor PAI E MAE 1 1.988 05/24/2012 - 02:03 Portuguese
Poesia/Pensamientos NADA É INSIGNIFICANTE 4 3.450 05/22/2012 - 08:41 Portuguese
Poesia/Amor DESCENDÊNCIA 2 2.732 05/22/2012 - 08:36 Portuguese
Poesia/Amor SEMENTES 2 1.825 05/22/2012 - 08:32 Portuguese
Poesia/Meditación O TEMPO QUE É TEU 3 2.163 05/21/2012 - 08:52 Portuguese
Poesia/General A TERRA QUE EU PISO 1 830 05/21/2012 - 03:15 Portuguese