UM CORPO




Um corpo

 

 

  Há quem se julgue alto, esbelto e formoso,

Mas não passa de um simples vaidoso,

Leva consigo um corpo que há-de morrer,

A sua alma é que conta, devia perceber,

 

O corpo que se usa é apenas uma ornamentação,

Que é alimentado pelo bombear do coração,

Tendo como comandante o cérebro pensador,

Que contém os sentimentos do seu autor.

 

A beleza do corpo apenas serve para olhar,

E o seu cérebro apenas serve para pensar,

O corpo nada faz ou executa sem a sua ordem,

Sem ser preciso que os membros concordem.

 

O corpo encimado pelo seu comandante,

É que faz dele ser ou não ser importante,

Não interessa a beleza da aparência,

Mas sim o conteúdo do dono da consciência.

 

Vaidade deve-se ter pelas obras ou atitudes,

Que dão dignidade ao corpo e à saúde,

O corpo pode mostrar o que não parece,

E pode enganar quem lhe apetece.

 

Cada consciência cada sentença,

Tudo usa o corpo desde a sua nascença,

A beleza tem-na consigo o comandante,

Que está em cima dos ombros vigilante.

 

Não interessa a formosura galanteadora,

Que se pavoneia pela rua encantadora,

Que diz tantas palavras que não sente,

E assim pode enganar tanta gente.

 

Os olhos são enganados pela aparência,

Do corpo que se usa e não pela consciência,

Pois eles não a vêem nem a conhecem,

Só com o tempo é que sabem ou reconhecem.

 

O corpo é apenas um cadáver adiado,

Que durante toda a vida é usado,

Pelo comandante supremo que o usa,

Que mal ou bem ele o usa e abusa.

 

 

Tavira, 29 de Abril de 2011-Estêvão

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Sábado, Junio 29, 2013 - 09:01

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José Custódio Estêvão

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