Pessegueiro

Nunca pude esquecer o gosto e o desgosto
de afagar as rugas e as cicatrizes
que o tempo e a maldade riscavam em teu caule.
O gosto de sentir o resto de tua seiva insistente
e o frescor da sombra que tanto bebi.
O gosto de ver em tuas flores,
as primeiras poesias que vivi.
O gosto de te saber casa e abrigo
do colibri que nos frequentava
e do gnomo que nos assombrava.
Mas depois, a vida levou as folhas e as almas.
As crianças cresceram, os amores se foram
e os caminhos foram todos andados.
Resta a árvore morta
e cruzar a última porta.

  "Saudade do Pessegueiro ressecado que foi o primeiro cavalo, de todos que eu nunca tive".

                                     Para a Musa.

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Martes, Julio 30, 2013 - 15:39

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fabiovillela

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