A morte do galo
Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.
É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.
4 - A morte do Galo.
Caminhava já no final de tarde em direção ao bar para tomar umas como o de costume, olhando pra toda aquela gente meio sem rumo, fedendo a ambição e desespero. Quando do meio da rua surge um grito que rasga a calçada e atinge meus ouvidos, feito bala perdida em dia de feira: Filho da puta! Sabe quem morreu?
Pensei comigo mesmo rapidamente em ser o mais educado possível, mas sabe como é orgulho de macho, tem que responder a altura e de forma clássica. Pelo grito e pela voz que não consegui identificar respondi rápido: O seu respeito filho duma cadela!
O Galo seu corno! Alias que era corno e agora não é mais! Hoje de manhã e não foi cantando!
O Zé! Seu felá duma mãe, como assim? Enroscou o chifre nos fios de alta tensão?
A figura correu para atravessar a rua, quase nem percebe os carros que buzinam e seus motoristas conscientes proferem os mais eloqüentes elogios que se possa imaginar, como é da educação do brasileiro.
Disse gritando pra criatura, não corre se não a suvaqueira ataca e não tem quem agüente ficar do teu lado o infeliz!
Quem dera Paulo, foi desgosto mesmo, a mulher matou ele do coração. Lembra que quando ele tava bebendo umas com nós no boteco e ele sempre se enrolava pra ir embora, pra não dar de cara com a mulher acordada?
Pois então rapaz, ela achou alguém que chega-se cedo e fizesse o serviço no lugar dele! Diz que ontem resolveu chegar um pouco mais cedo e pegou a danada na cama com o Ricardão! Ai o coração não agüentou.
Pois é Zé, até mulher feia quando não tem assistência da problema! O galo era daqueles sujeitos que simplesmente aceitaram a vida, viveu mais ou menos e morreu sem mais nem menos!
Sempre cantou de galo pra nós, mas a galinha dele ciscava em outro poleiro, isso sim que é ironia pensei comigo mesmo!
Pô e o velório e o enterro como vai ser?
Porra Paulo, a viúva disse que não quer nem saber, quer mais é que se foda ele a carcaça! Que a gente é que se virasse já quer era tudo amigo da cachaça.
Coitado o Galo, que bebia pra não encontrar a desgraça, levou chifre da vaca e não tem quem enterre a carcaça! Não preciso nem falar que sobrou pro tudo pro filha da puta do Zé.
Submited by
Críticas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3892 reads
other contents of Pablo Gabriel
| Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío |
Idioma | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Amor | Susurros | 0 | 2.783 | 05/25/2011 - 20:46 | Español | |
| Poesia/General | Soneto da desigualdade. | 0 | 2.581 | 05/25/2011 - 20:43 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | Cinco Poemas | 0 | 2.347 | 05/25/2011 - 20:36 | Portuguese | |
| Poesia/General | Manchas | 2 | 2.137 | 05/10/2011 - 01:35 | Portuguese | |
| Poesia/General | Mutilados | 2 | 2.830 | 05/10/2011 - 01:32 | Portuguese | |
| Poesia/General | O silencio que assusta | 2 | 2.762 | 05/10/2011 - 01:29 | Portuguese | |
| Poesia/General | As arvores e nós | 2 | 3.697 | 05/09/2011 - 22:12 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | Poesia para o novo amor | 1 | 3.844 | 05/08/2011 - 22:12 | Portuguese | |
| Poesia/General | Tic-Tac | 1 | 2.044 | 05/08/2011 - 22:03 | Portuguese | |
| Poesia/General | Bolso Vazio | 1 | 2.434 | 05/08/2011 - 22:00 | Portuguese | |
| Poesia/General | Loucura | 1 | 2.204 | 05/08/2011 - 21:59 | Portuguese | |
| Poesia/General | A maquina e o homem | 1 | 2.823 | 05/08/2011 - 21:57 | Portuguese | |
| Poesia/General | Tosco | 1 | 2.128 | 05/08/2011 - 21:55 | Portuguese | |
| Poesia/General | O sonho acabou! | 1 | 2.928 | 05/08/2011 - 21:52 | Portuguese | |
| Poesia/General | Estava entre quatro paredes | 1 | 2.701 | 05/08/2011 - 21:47 | Portuguese | |
| Poesia/General | Mãe, mulher, menina. | 1 | 1.753 | 05/08/2011 - 21:45 | Portuguese | |
| Poesia/General | Vida Nova | 1 | 2.161 | 05/08/2011 - 21:42 | Portuguese | |
| Poesia/General | Comum | 1 | 2.614 | 05/08/2011 - 21:39 | Portuguese | |
| Poesia/General | Significados | 1 | 1.981 | 05/08/2011 - 21:36 | Portuguese | |
| Poesia/General | Vida | 1 | 4.726 | 05/08/2011 - 21:34 | Portuguese | |
| Poesia/General | Puro | 1 | 2.249 | 05/08/2011 - 21:32 | Portuguese | |
| Poesia/General | Grito dos excluidos | 1 | 2.366 | 05/08/2011 - 21:22 | Portuguese | |
| Poesia/General | Agua vida, seca morte. | 1 | 2.808 | 05/08/2011 - 21:19 | Portuguese | |
| Poesia/General | Amores tardios | 1 | 3.239 | 05/08/2011 - 20:21 | Portuguese | |
| Poesia/General | Sobre a flor | 1 | 2.817 | 05/08/2011 - 20:18 | Portuguese |






Add comment