CRESPÚCULO

Crepúsculo

 

 

Gosto de olhar um belo crepúsculo,

E enviar para ele um olhar e um ósculo,

Pela dádiva da vida que o tempo me dá,

De presenciar muitas vezes a sua paz,

Enchendo a minha alma de prazer,

E sentir o meu coração sempre a bater.

 

 

Nada mais lindo que ver o Sol a brilhar,

Lá no ocaso onde todas as tardes ele vai ficar,

Para amanhecer noutro dia radiante,

Subindo o céu azul sempre para diante,

Até esconder-se outra vez e a noite fazendo,

Para noutro amanhã ir entardecendo.

 

 

Cá dentro do meu lugar eu nunca me esqueço,

Que tenho de olhar o crepúsculo e dele me despeço,

Até que o tempo me vá deixando vê-lo devagar,

E ir jogando todas as tardes para ele o meu olhar,

Ficando com saudades para vê-lo outro dia,

No meu pensamento eu fico sempre de vigia.

 

 

Os crepúsculos são eternos mas o meu olhar não,

Por isso, eu os sinto sempre dentro do meu coração,

Que me aquece a alma e me dá força de viver,

Para todos as tardes poder vê-los acontecer,

Pois não tenho o tempo que os crepúsculos têm,

Porque no tempo todos os dias eles vão e vêm.

 

 

Nasci como o Sol nasce, mas outra vez não vou nascer,

E apenas tenho um crepúsculo, outro não vai acontecer,

Para os ver eternamente com o meu próprio olhar,

Mas a minha alma, certamente por mim os vai beijar,

E eu fico contente por ela poder continuar,

Enquanto quem gosta de mim me possa recordar.

 

 

 

Tavira, 13 de Janeiro de 2012-Estêvão

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Martes, Agosto 12, 2014 - 15:32

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José Custódio Estêvão

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