Despertando o entusiasmo adormecido
Quem estiver aborrecido e entediado com a própria vida certamente irá se identificar com as angústias da protagonista de Shirley Valentine. Shirley é uma mulher comum, dona-de-casa, moradora de um subúrbio inglês cujos filhos estão crescidos e já saíram de casa, com um marido ranzinza e insensível, que se sente insatisfeita com o rumo que sua existência seguiu. Na juventude, ela tinha sonhos e anseios, destacava-se pelo comportamento irreverente e era alegre e cheia de entusiasmo pela vida.
Agora, sua vida se resume a um cotidiano medíocre. O marido grosseiro não a entende nem lhe dá atenção e ela se sente sufocada. Percebe que não realizou seus sonhos nem está vivendo uma vida de verdade. Pergunta-se onde foi parar a jovem que costumava ser e conversa com a parede da casa para aplacar sua solidão. Tem vontade de sair desta mesmice mortal mas hesita, pois tem medo do novo, do inesperado.
Uma esperança surge quando uma amiga a convida a passar duas semanas na Grécia. A princípio, Shirley reluta, pensando em como a casa e o marido ficarão sem ela, mas se encoraja, decidindo viajar, quando vê que o marido e a filha a veem apenas como alguém que tem que estar disponível o tempo todo, pronta a atendê-los. Cansada de sua vida de servilismo, ela viaja.
Indo à Grécia, Shirley se depara com paisagens maravilhosas e amplas, que lhe dão uma nova perspectiva de vida, diferente dos dias monótonos e fechados em sua casa em Londres. Fazendo reflexões, ela pensa nos seus sonhos e frustrações, passa a ver que seus desejos são importantens e conclui que não quer mais viver fazendo sacrifícios pelos outros. Conhecendo a Grécia, ela conclui que seu antigo entusiasmo não estava morto, apenas adormecido, e que ainda tem muita vida dentro de si. Sua coragem juvenil renasce. Shirley Valentine se redescobre.
Quando chega o dia de voltar à Inglaterra, Shirley decide ficar. Ela não quer mais ter sua vida definida pelos outros, quer decidir, ter seus objetivos e desfrutar a vida.
Em um momento, Shirley declara: "Eu costumava ser a mãe. Costumava ser a esposa. Agora, sou Shirley Valentine novamente." Ou seja, ela tem novamente uma identidade, uma personalidade, não sendo mais um ser cuja vida tem que estar vinculada à dos outros para ter significado. Sua existência pode ser plena em si mesma. O próprio marido, ao revê-la, não a reconhece de imediato, porque a mudança de espíriti está nítida na sua postura, no seu rosto. Irá ele aceitar a nova Shirley?
Submited by
Críticas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2100 reads
other contents of Atenéia
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Críticas/Libros | Vozes da infância | 0 | 5.437 | 01/02/2016 - 20:38 | Portuguese | |
Poesia/Soneto | Quando ela me visita | 0 | 1.736 | 12/30/2015 - 18:41 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Senti o amor chegar | 0 | 1.921 | 12/30/2015 - 18:39 | Portuguese | |
Poesia/Alegria | Um sopro de esperança | 0 | 2.123 | 12/29/2015 - 18:04 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Lacunas | 0 | 1.552 | 12/29/2015 - 18:01 | Portuguese | |
Poesia/General | Meu corpo não é seu | 0 | 1.455 | 12/28/2015 - 15:42 | Portuguese | |
Críticas/Libros | Voando para viver | 0 | 5.362 | 12/28/2015 - 15:09 | Portuguese | |
Críticas/Libros | Um universo individual | 0 | 6.918 | 12/27/2015 - 09:52 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | E se você | 0 | 2.064 | 12/27/2015 - 09:41 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Senti que ela vinha | 0 | 4.019 | 12/11/2015 - 19:57 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Gargalhadas | 0 | 2.514 | 12/11/2015 - 19:52 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Perco as palavras | 0 | 4.339 | 12/09/2015 - 15:40 | Portuguese | |
Poesia/General | Amanhecer | 0 | 2.693 | 12/09/2015 - 15:39 | Portuguese | |
Poesia/Haiku | Brisa | 0 | 4.470 | 12/09/2015 - 15:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | A verdade | 0 | 2.960 | 12/08/2015 - 13:44 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Para o que vivemos | 0 | 2.786 | 12/08/2015 - 13:42 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Rosa vermelha | 0 | 2.443 | 12/03/2015 - 18:45 | Portuguese | |
Poesia/General | Nobody waits for us | 0 | 5.698 | 12/03/2015 - 18:41 | Inglés | |
Poesia/General | Yo no tengo miedo | 0 | 2.376 | 12/03/2015 - 18:38 | Español | |
Poesia/Meditación | Don't lie to me | 0 | 4.670 | 12/02/2015 - 19:39 | Inglés | |
Poesia/Meditación | Acabou o tempo | 0 | 2.621 | 12/02/2015 - 19:36 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Whispering for you | 0 | 5.054 | 11/28/2015 - 20:08 | Inglés | |
Poesia/Fantasía | Um coro de anjos | 0 | 1.252 | 11/28/2015 - 20:05 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Você matou meu amor | 0 | 1.959 | 11/22/2015 - 11:53 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Why should I live | 0 | 3.333 | 11/22/2015 - 11:48 | Inglés |
Add comment