Rousseau e o Romantismo - Parte XVIII - A teoria da Vontade Geral
![](/sites/default/files/membros/user1195/Jean%20Jacques%20Rousseau.jpg)
Também não é a soma de vontades individuais, tampouco o consenso entre determinados segmentos ou pessoas.
O conceito, “Vontade Geral”, ultrapassa essas classificações, situando-se num patamar superior, como no exemplo abaixo:
1) O homem tem vontades imediatistas.
2) O homem tem vontades de longo prazo.
A sobreposição de uma das “vontades” sobre a outra, em diversos momentos e por variados motivos, seria a Vontade Geral. Uma forma de querência que vai além dos desejos egoístas e imediatos, por considerar a validade e a importância das “vontades mais abrangentes”.
Por ter, então, a característica de não pertencer a um indivíduo ou a um grupo determinado, a Vontade Geral conta com a obediência voluntária de todos e não sofre qualquer tipo de pressão, já que cada um a vê como se ela fosse a sua própria vontade.
As ideias de Rousseau sobre esse tema foram contrárias a de outros Pensadores, especialmente Locke e de seus seguidores, como veremos nas comparações que seguem:
1) Locke dizia que o homem Não deveria submeter-se a nada.
2) Rousseau, por outro lado, insistia que cada homem deveria, sim, obedecer à Vontade Geral.
3) Locke defendia a desobrigação do Ensino, afirmando que cada indivíduo deveria ser livre para adquirir a quantidade de instrução que quisesse.
4) Rousseau, porém, defendia a necessidade de que todos estudassem, pois só através da instrução seria possível promover a igualdade social, equilibrando as vontades individuais em prol da obediência à Vontade Geral.
5) Para Locke, a finalidade do pacto social resumia-se à formação do Estado, de seu arcabouço legal. Em sua opinião, seria o conjunto das vontades individuais que geraria a Vontade Geral, identificada com o conceito de “Soberania”; cabendo a um legislador a obrigação de formatar o desejo da sociedade. Não lhe importava que tal legislador fosse liberal ou ditatorial, pois o que realmente importaria é que o mesmo fizesse os indivíduos respeitarem a Lei promulgada.
6) Para Rousseau O pacto social visaria, ao cabo, reproduzir a Vontade Geral em sua plenitude e não só em seus aspectos legais. Visaria, pois, congregar os indivíduos, garantindo-lhes a efetiva liberdade e prosperidade. Em relação às Leis, estas, deveriam ter embasamento na Religião, com as devidas adaptações para a vida civil, devendo os membros de a Sociedade corrigir aos infratores das mesmas.
As diferenças apontadas sinalizam com exatidão a importância dada por Rousseau aos outros elementos da mente humana, pois ao se apoiar na tradição religiosa, na necessidade de instrução e noutros itens, ele deixou claro a sua visão holística sobre o homem, reconhecendo-lhe algo mais que a simples Razão.
No próximo capítulo falaremos sobre a Liberdade Civil, resultante do pacto originado pela Vontade Geral.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Primavera de 2014.
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 5122 reads
other contents of fabiovillela
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Teatro | Gregas Tragédias - 04 - PROMETEU ACORRENTADO | 0 | 6.555 | 02/13/2011 - 15:01 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Jardins | 1 | 2.129 | 02/13/2011 - 13:03 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Licores | 0 | 3.363 | 02/12/2011 - 16:03 | Portuguese | |
Poesia/General | "El Matador" | 1 | 4.197 | 02/12/2011 - 11:09 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Flor branca | 0 | 3.437 | 02/11/2011 - 23:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Febe | 1 | 1.751 | 02/09/2011 - 13:54 | Portuguese | |
Prosas/Teatro | Gregas Tragédias - 03 - AJAX | 0 | 5.076 | 02/07/2011 - 10:29 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Casa | 0 | 1.463 | 02/06/2011 - 09:55 | Portuguese | |
Poesia/General | Vento | 1 | 1.661 | 02/04/2011 - 22:36 | Portuguese | |
Poesia/General | Oriente | 0 | 2.788 | 02/04/2011 - 10:32 | Portuguese | |
Poesia/General | Escarlate | 0 | 2.247 | 02/03/2011 - 10:49 | Portuguese | |
Poesia/General | Noite | 0 | 2.192 | 02/02/2011 - 20:00 | Portuguese | |
Prosas/Teatro | Gregas Tragédias - 02 - ALCESTE | 0 | 3.730 | 02/01/2011 - 11:57 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Veraneio | 0 | 2.594 | 01/31/2011 - 10:26 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Luluzinha Vegetariana e os Micróbios | 0 | 3.330 | 01/29/2011 - 22:02 | Portuguese | |
Poesia/Soneto | Quente | 0 | 3.168 | 01/29/2011 - 09:40 | Portuguese | |
Prosas/Teatro | As Gregas Tragédias - N.01 - ANTÍGONA | 0 | 5.890 | 01/27/2011 - 20:50 | Portuguese | |
Poesia/General | Branca Lua | 2 | 3.139 | 01/26/2011 - 21:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Ana Poema | 1 | 3.297 | 01/24/2011 - 20:58 | Portuguese | |
Poesia/General | Verão ao fim | 0 | 1.860 | 01/22/2011 - 11:45 | Portuguese | |
Poesia/General | Quadros | 0 | 2.701 | 01/20/2011 - 18:51 | Portuguese | |
Poesia/General | Recomeços | 1 | 2.762 | 01/19/2011 - 20:23 | Portuguese | |
Poesia/General | Nós | 3 | 2.845 | 01/15/2011 - 21:28 | Portuguese | |
Poesia/General | Cantar | 1 | 3.605 | 01/13/2011 - 00:09 | Portuguese | |
Poesia/General | Três Horas | 2 | 1.880 | 01/10/2011 - 22:09 | Portuguese |
Add comment