A VOZ DO DINHEIRO

A voz do dinheiro

 

Quando o dinheiro fala,

A verdade logo se cala,

Compra a dignidade,

Escondendo a verdade,

Na justiça a mentira vence,

E a verdade não convence.

 

Quem se deixa corromper,

A verdade deixa de viver,

A mentira logo aparece,

E a verdade logo se esquece,

Vendendo a alma ao diabo,

Num momento muito aziago.

 

O dinheiro compra a morte,

Mas não a própria sorte,

Ainda muito menos o sono,

Que às vezes não tem dono,

Mas a cama pode comprar,

Para o sono se deitar.

 

A voz do dinheiro agrada,

A quem vende e a quem paga,

Seja lá o que for,

Com malvadez ou amor,

O dinheiro manda sempre,

Tem força e convence.

 

O dinheiro paga a vida,

Seja mal ou bem gerida,

E até paga também a morte,

De quem vai e já não volte,

Até paga a própria razão,

Para fazer a corrupção.

 

O dinheiro fala mais alto,

E até dá o maior salto,

Para aparecer logo na frente,

Oferecendo a mentira à mente,

Matando a própria verdade,

E faz nascer a falsidade.

 

Nesta luta pelo dinheiro,

A mentira vem primeiro,

Paga para a verdade esconder,

Mesmo que tenha de morrer,

Ele não tem pátria nem dono,

O dinheiro é um cigano.

 

Tavira, 10 de Abril de 2012-Estêvão

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Miércoles, Abril 29, 2015 - 16:14

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José Custódio Estêvão

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