ÁLBUM DE FAMÍLIA

“O que transforma uma casa num LAR,
não são as quatro paredes de que é feita;
são as provisões de afeto e de carinho
que vamos conquistando
no decorrer da Vida.”

Uma saudade insistente me faz abrir o mundo mágico que está guardado no velho álbum de fotografias. São fotos – antigas e recentes – que retratam momentos bons vividos no convívio de pessoas que a vida reuniu – por capricho ou por amor -  para que compartilhassem sob o mesmo teto a aventura de VIVER! Não são simples fotos que vejo neste álbum, são as vozes queridas falando de coisas que costumamos esquecer no embrutecimento diário, são um testemunho do afeto que atesta o privilégio de olharmos nos olhos daqueles que chamamos “irmãos” e vermos refletida nestes olhos a alegria e o prazer desta convivência preciosa, insubstituível.

Neste álbum de fotografias reencontro sempre os motivos mais valiosos que nos dizem que a felicidade é feita de pequenas coisas, de pequenas conquistas realizadas diariamente... é feita de sacrifícios, de tolerância pelos defeitos de cada um, de compreensão e de respeito pelo espaço que cada um ocupa dentro do lar. Este AMOR não é construído com palavras fáceis (embora possa ser destruído por elas), nem surge do simples querer... este é o AMOR que exige um cuidado permanente, a decisão de pais e filhos, de transformar o seu lar numa fonte que aplaca a sede do afeto e do carinho que o mundo já não oferece.

Pensando no longo caminho percorrido até a conquista da harmonia familiar, estremeço ao pensar o quanto é frágil essa tranquilidade, quando ameaçada pelo desequilíbrio do mundo exterior. A confusão do mundo consegue transformar em coisas inúteis, valores preciosos como a vida familiar, a amizade e o companheirismo entre irmãos, detalhes mínimos que defendem um lar das agressões que o desamor provoca.

É maravilhoso cultivarmos a amizade fora do lar, é bom ter algo por que lutar, um ideal que nos faça ser “gente”. Mas, quando trocamos a família por coisas como ideologias políticas, crenças que produzem divisões, teorias que nos parecem bonitas e perfeitas, então estamos nos candidatando a sermos apenas mais um produto criado pela insatisfação e pela frieza de um mundo materialmente ambicioso e espiritualmente doente.

Quando nosso lar se transforma num centro de disputas e de desconfianças, onde poderemos encontrar o aconchego que tanto necessitamos? Não me dirijo aqui, àqueles que jamais sentiram o gosto inesquecível de ter um pai, uma mãe – um LAR, onde um irmão é com o um tesouro precioso. Não falo para aqueles que jamais souberam lutar por um ambiente de afeto e de confiança dentro das quatro paredes que chamamos casa. Porque estas são as pessoas que não se importam de invadir sentimentos, provocar desuniões, espalhar ao redor de si a mesma indiferença que está no seu interior. Dirijo-me àquelas pessoas que ainda guardam a sensibilidade em seus corações e compreendem que nada deste mundo vale a perda desse tesouro tão precioso que é o  nosso pequeno mundo chamado LAR.

Saleti Hartmann
Professora Pedagoga e Poeta
Cândido Godói-RS

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Jueves, Diciembre 10, 2015 - 04:53

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