(Turquesa '98)

(Turquesa '98)

(Diante do canal d’água e iço à TV a vela
Matinal como a minha vida de dinossauro
Marinho entre ilhas lácteas de mel e canela)
Restauro era demanda, meu império do fim-de-semana
Quando os dias epopeicos se ancoravam na tigela

(Aqui voo eu, papel alado deste barco de noz
Em minhas mãos invisíveis pelo oceano a sós
Serei o último da espécie n’azul margem dali?)
Salvador, memória nenhuma nessa pura aragem
Quando o mapa era território sem relógio feroz

(Para meteoros futuros, o meu capacete-panela
Tiro o curso descobridor numa caixa de cereais
E telecomando aventuras com olhos-aguarela)
Turquesa perfeita do porvir, tal me era a cor do cais
Quando o pequeno-almoço não ficava sono e represa

(Banheira até ao infinito e sempre nunca aquém
Porque remo a colher ao sofá pastel de carreira
Sim sou capitão mim a consolar a sala ocarina)
Do tempo perdido à frente do que ficou pra trás
Quando ganhava aos versus o emprego da retina

(Oh mãe, estou bela aborrecida, “há mundo lá fora”)
Quando o tédio da tarde descansava o não me extinguir
FORMIGA, mas funeral lotado pelo que criei outrora
(Hmm, nada para fazer, ruas lhes azulo no enquanto)
Quando dEUscobridor diluviava os insectos que é agora
E a Expo era dourada por (eu) não o saber distinguir

(Oh mãe, o escuro quer ir para a cama comigo
Quero a tua voz xilofone e a hortelã de presença
Claro escolho-te a ti, olha a bruxa no postigo)
Quando monstros só roupa nua na noite imensa
Tu varrias as vassouras em (sempiterno) amparo

(Amanheço Neptuno à vista e mudo o canal
Sou navio ouvi dizer há safira sempre a norte
Tenho bolachas e coragem para lá do meu quintal
Oh ninguém, desemboco na ideia chamada) MORTE
(Repentes raios catódicos trovejam-me o engenho
E o meu bote náufrago a perder afogado o sinal!)

(BLOFT!)

As únicas bolhas rebentadas as que saíam dos lábios,
Respirávamos o mesmo céu às que as lançávamos...
(Quando éramos cada(um)falsos sempiternos
Dentro de uma (                                        ) maior...)

(BLOFT!)

Prezada estática desses anos escumados, ainda hoje...
Cedo vamos ser a primeira visão dos nossos pais,
Quantos-queres arrastados da idade de nos verem crescer,
Trintas em fade-out por televendas adentro, já amanhã...
Mera pastilha elástica no chão escolar dos nossos filhos a ter.

Estimada bolha transatlântica de chamar aos sonhos concreto
Moradia, adeus estarei até aos noventa doutro lado do mar
Tão longe do pior ser Lavender Town que é melhor o tecto
Perto das coisas sem rugas que só nós podemos amar,
(Coberto pela safira com fundo a que o meu fóssil tendia.)

(29-12-2016)

Submited by

Jueves, Diciembre 29, 2016 - 07:09

Poesia :

Sin votos aún

Fran Silveira

Imagen de Fran Silveira
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 2 años 46 semanas
Integró: 09/29/2012
Posts:
Points: 152

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Fran Silveira

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos Como Voltar Um Lugar A Mim? 0 1.024 12/28/2018 - 21:00 Portuguese
Poesia/Meditación Horror Ao Vazio 0 1.074 05/08/2018 - 05:18 Portuguese
Poesia/Comedia Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor) 0 1.373 03/14/2017 - 23:07 Portuguese
Poesia/Pasión Adoração 0 1.223 02/25/2017 - 12:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos (Turquesa '98) 0 912 12/29/2016 - 07:09 Portuguese
Poesia/Fantasía Avelãs & Libélulas 1 822 12/08/2016 - 13:53 Portuguese
Poesia/Amor Ganchos 0 885 10/26/2015 - 03:13 Portuguese
Poesia/Fantasía (En)Canto Do Cisne Laranja 0 1.175 11/23/2013 - 02:57 Portuguese
Poesia/Pasión 14 0 1.167 11/11/2013 - 01:12 Portuguese
Poesia/Pasión Quimono Circunflexo 0 1.088 11/01/2013 - 03:28 Portuguese
Prosas/Pensamientos Espiral 0 1.098 08/16/2013 - 01:44 Portuguese
Prosas/Pensamientos Ecrã 0 1.021 08/15/2013 - 20:42 Portuguese
Poesia/Fantasía Alba Atroz / Panda Crónico 0 1.068 07/31/2013 - 23:50 Portuguese
Prosas/Pensamientos Transcorrer 0 1.090 02/11/2013 - 00:31 Portuguese
Prosas/Otros Manifesto Depurista 0 876 02/09/2013 - 17:29 Portuguese
Poesia/Pensamientos Memento Mori 0 992 11/29/2012 - 04:25 Portuguese
Poesia/Pensamientos Rosa Em Azul 0 938 10/28/2012 - 20:22 Portuguese
Poesia/Pensamientos Lanterna De Papel 3 1.020 10/15/2012 - 22:41 Portuguese
Poesia/Pensamientos Anos De Chocolate 1 956 10/06/2012 - 16:17 Portuguese
Poesia/Pensamientos Palavra Puxa Silêncio 0 813 10/06/2012 - 15:13 Portuguese
Poesia/Fantasía Última Noite Na Ponte Dos Sonhos 0 942 10/04/2012 - 14:57 Portuguese
Poesia/Pasión Reacção À Química 0 914 10/04/2012 - 14:54 Portuguese
Poesia/Desilusión Enfado-me Deste Fado / Epopeia Do Fracasso 0 1.135 10/04/2012 - 14:44 Portuguese
Poesia/Tristeza Catalisa Dor 0 906 10/01/2012 - 01:52 Portuguese
Poesia/Pensamientos 1993-2008; 2011-? 0 1.201 10/01/2012 - 01:50 Portuguese