Sempre que desta falo …
Sempre que desta falo …
Metade é dom do luar, a ilusão,
A outra, humana completa,
A fala, ela com que conto
Como e do que é feito o pensar
Tal é o caso daqui e agora
Os sentidos mais são sobra,
Atraiçoam a imaginação,
Como ind’agora ao sonhar
Sonhos múltiplos disto pintados,
De fresco e framboesa citrinos
Todos em tons de toranja,
Omiti infelizmente do luar o tom
Metade e o espírito deste conversa
Não expressa, o que deveras
Sinto na humana metade minha
Que resta, que fala sempre que
Falo desta, no que ouço eu pressinto
A longínqua passagem, vivo
Do solo que me criou, faço
Consciência do porquê de vir
Parar a este mundo cego
E pra que fim sou eu, justo
O bosque e o arvoredo que
Fala mais alto que aí vós
Outros de metro e meio.
Onde estou eu não sou
Tão perto de tudo e de nada
Do irreal e da Alvorada sobretudo
O meu ser fecundo plas
Florestas onde sussurros crescem
Como musgos em geada
Presas …
Joel Matos (24/09/2016)
http://joel-matos.blogspot.com
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