(O SantoSobrou)
Santosobrou
Tento sobrar-me dia-a-dia
Sonhando-me, mas não sei
Que sonho ter, em que sobre
Essa premissa d’eu ser o sonhar
Meu,
Acabarei por não passar disso,
julgando-me vivo num sonho,
Morto que mais vale nem outro
Sonho ter se do sonhar meio
Digo, cansei
Do’ver, símbolos onde existem
senão maus ladrilhos, despregados
Roubados da paroquia do Santo
Sonhar dos despertos supérfluos,
(O Santosobrou)
Tentei segurar-me dia-após-dia,
Ao corrimão da torre do relógio,
Como é lógico, pra quem quer
Olhar olhos-nos-olhos a glória,
Sem chamar por ela. nomes feios,
O campanário é do tamanho certo
Para ver-frente-a-frente,
Hora-a-hora, o estranho que sou
Por ter, ao andar uma volta, um fuso,
-Ou por prometer ao sonhar novo uso
Do sonho e crê-lo sonho meu…
Jorge Santos (02/2016)
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Santosobrou
Tento segurar-me dia-pós-dia,
Ao corrimão da torre do tombo