Chove ,mais nada…

Chove, mais nada…

Venho da chuva, porque a chuva, como eu,
Não faz sentido, não tenho sossego,
Vejo a chuva cair, como se fosse meu ego,
E eu cego de ver e a chuva se solta do meu ser.

Nego o parentesco que com chuva pareço
Eu ter, nem na alma, suposto era ela
Molhar-me, tão devagar… tão bela. Padeço
De chuva, que cai no meu ser e me esquece.

– Me espera chuva…

Faz esquecer quem sou, chuva que cai
Chuva que soa e cheira a terra e molha,
O que em mim sinto intempestivamente
E não faz sentido sentir em mim.

– Me espera chuva…

Senão morro, num desejo sem limites
De partir com a chuva, rio acima.
Sei que depois lá, nada sentirei
Porque será verão e Estio eu serei.

– Me espera chuva…

Não farei nem ruído, como a chuva
Que em mim cai sem vento, sem tecto.
Venho da chuva invicta, não pesada
Dividida entre o que em mim cai

E a enxurrada, chove, mais nada…
Chove, mais nada,,

Chove certo e linha recta,
chove por bem, por bem chovesse eu
também

Me espera chuva …me espera …

Chove em mim, Nada mais

Jorge Santos (09/2014)

Submited by

Viernes, Febrero 23, 2018 - 18:19

Ministério da Poesia :

Su voto: Nada Promedio: 5 (1 vote)

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 8 semanas 1 día
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comentarios

Imagen de Joel

.

.

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Ministério da Poesia/Aforismo Inquilino 0 9.374 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aforismo Pietra 0 7.231 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aforismo não cesso 0 6.635 11/19/2010 - 18:13 Portuguese