Nego-me a entregar-te meu coração
Nem precisa me olhar desse jeito
Minha esperança não está mais nesse olhar
Nego-me a entregar-te meu coração
E prefiro sofrer sozinho a minha solidão.
Você arrancou do meu peito o amor
A paixão que sentia se esvaiu
Os pensamentos fogem como pássaros sem rumo
E eu me perco nos destinos do mundo.
Sinto-me exilado em minha própria terra
Como o mais inútil ser humano
Mas não quero deixar de pensar no amanhã
De um dia com raios de sol a iluminar.
Você foi a razão da minha canção
Que não terminei na longa noite do tempo
Foi a alma sequiosa que desfaleceu
Na minha triste solidão das madrugadas.
Mesmo que chore a sua ausência
Que sinta a saudade cortar minha alma
Não mais quero ter você comigo
E por isso, no meu brado de angústia
Nego-me a entregar-te meu coração.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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