BATALHA

BATALHA
-Crônica-

Por Ivan de Oliveira Melo

O mundo atual vive a maior batalha de todos os tempos: a luta pela sobrevivência. Não está fácil respirar, não está fácil ir e vir, não está fácil sonhar... Em tudo o que se pensa, em tudo o que se faz, há os transtornos que são consequência das inconsequências praticadas pelo homem.
Percebem-se desequilíbrios em todos os setores da atividade humana: no social, na política, na economia, na religião, nas artes, nos esportes, nas comunicações, nas relações públicas, nos sentimentos... A desordem é geral. Grassam os mais infecundos aspectos e predominam a infidelidade, a injustiça, o orgulho, a traição, a ambição... Tudo secundado pela hipocrisia, que é a ferramenta peculiar que dissolve os embriões da hereditariedade fundamental da existência pacífica, tornando o mundo ortodoxo.
Em se revelando a sociedade chamada moderna, os espinhos desabrocham dentro dos próprios lares. Os pais já não dão aos filhos a devida assistência, porquanto a necessidade imperiosa de trabalhar para se manter o sustento, assalta a idoneidade da prole, haja vista que se veem livres e se deixam envolver pela corrupção social, entregando-se aos desmandos das influências nefastas, como as drogas e a uma sensualidade apócrifa.
Nas relações políticas, observa-se a ganância dos poderosos que tentam manter sua supremacia à custa de sanções internacionais, deixando os menos favorecidos reféns das necessidades básicas a fim de sustentarem os padrões alcançados ao longo do tempo e que os colocam co- mo superpotências. O desrespeito às convenções mundiais e à paz universal está presente nas indústrias bélicas e nos armamentos nucleares. Tudo isso se encontra atrelado aos aspectos econômicos.
As religiões distorcem os paradigmas da verdade, porque pregam o sagrado alienado ao pecuniário. O dinheiro passou a ser a “senha” para que se tenha acesso ao divino, numa tramoia em que se nota o interesse pelo enriquecimento ilícito.
Nas artes há uma ausência de sensibilidade, especialmente por parte daqueles que controlam as possibilidades de eventos onde haja a divulgação do artista, seja na literatura, seja nas artes plásticas, seja na música. Os grandes cartéis impedem que novos nomes mostrem seus talentos e valores, cobrando fábulas para os trazerem a público.
O esporte deixou de ser algo essencialmente lúdico e ganhou pilares de um profissionalismo em que a moeda é o que dita os campeões. Não se faz mais esporte por amor à causa, por dedicação e, sim, pelo que se obtenha lá na frente, quando se vê os milhões envolvidos em sua plataforma.
As comunicações deram um grande salto de desenvolvimento, contudo se trata de um progresso que acompanha os interesses do patronato. Nos jornais escritos, só se escreve o que estiver de acordo com os itens estabelecidos; na mídia televisiva, apenas se comenta e se traz a público o que se permita angariar audiência; enfim, tudo obedece a um preceito único: a fidúcia!
Nas relações públicas e nos sentimentos, os elementos constitutivos são similares. As amizades perderam a essência da naturalidade, a confiança é um atributo que se alia ao que se pode obter em troca, ou seja, tudo é produto de interesses pessoais... E o amor, onde fica? Ah, o sentimento moderno maculou sua inexorável imagem e o que se tem é tão somente uma espécie de escambo.

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Domingo, Febrero 9, 2020 - 17:39

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