AVES NAVES

Férreas naus singram mares no céu.
Céleres migram as aves, já é tarde.
A lua se expõe ao cair deste véu
de silente penumbra, que chega sem alarde.

É a noite que surge avisando o universo:
- Sou negra e sou forte cá neste planeta.
Vim trazer à tona o que está submerso.
Avise meus anjos, que soem a trombeta.

O universo extático frente a visão
conta aves-naves, sem nenhum entendimento.
Simbiose que turva a sua compreensão
alígera, levada em secreto pelo vento.

As aves se vão e encontram um cais
e pondo seus ovos iniciam o regresso.
As naves sem ninhos não voltarão mais,
tragadas no fosso do universo no avesso.

Navezinhas, aos milhares à luz do arrebol,
são pintos das naves, que as aves chocaram.
Tais quais estrelinhas, florinhas de escol.
E aves e naves o universo enganaram.

J. Thamiel

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Jueves, Junio 20, 2024 - 16:20

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