Entre velhos ciprestes
Entre velhos ciprestes
ao cair da tarde de inverno
paro a observar os pássaros
que em seus galhos fazem seu abrigo...
Lá, ao longe, o sol já prestes
a recolher-se após longa jornada de luz
e outros astros retornam aos seus lares
cansados após mais um dia de trabalho...
Mas a centenária árvore que já se curva
ao peso dos anos, na suave brisa
respira o momento da mudança,
a nascente ou crepúsculo, lá se fará presente...
Nas composições, os espaços são ínfimos,
mas os corpos se acomodam,
na ampulheta que lentamente vai caindo,
no cíclico movimento, nascer e morrer a cada dia...
Se o astro–rei tem luz e calor a nos aquecer,
tem a árvore sombra, guarita e amparo,
e na noite respira para oferecer o ar puro da manhã
sol e lua, luz e penumbra, trabalho e descanso,
vida e morte, dialética vital...
Seres humanos andam como formigas, quisera fossem
não vivem, simplesmente sobrevivem, submetem-se
a uma cruel rotina, nova forma de escravização
onde o fazer coletivo do trabalho, não é repartido...
Árvore e abrigo, pássaros e liberdade
sol e luz, lua e sono, homem e trabalho,
cada qual tem seu papel no universo,
nos elos da corrente da existência...
Se ao cipreste é dada a nobre tarefa
de acolher aves em migração.
Ao homem é dado conhecer os mistérios do viver e
Ao sol o de manter com sua irradiação
os planetas e suas luas...
A mãe natureza, por sábia mão Divina conjuga
os elementos vitais – terra, água, fogo e ar
aos seres viventes.
de modo a que se integrem cada um em sua essência,
em sua diversidade e originalidade...
Epílogo do verso, o sol se deita sob as nuvens carmim,
o cipreste se enverga como a fazer reverência
ao astro – rei.
os pássaros ensaiam seu canto de recolhimento
e o poeta, em um mundo de metas, acende a luz e
acorda de suas divagações...
AjAraújo, o poeta divaga ao final de uma tarde de inverno, sobre o ciclo da vida e o lugar do humano.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3017 reads
Add comment
other contents of AjAraujo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusión | A triste partida (Patativa do Assaré) | 0 | 778 | 09/08/2011 - 22:04 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Eu quero (Patativa do Assaré) | 0 | 1.419 | 09/08/2011 - 22:00 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | O Poeta da Roça (Patativa do Assaré) | 0 | 1.302 | 09/08/2011 - 21:58 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Linguage dos óio (Patativa do Assaré) | 0 | 2.116 | 09/08/2011 - 21:55 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Na estrada (Casimiro de Abreu) | 0 | 945 | 09/08/2011 - 16:32 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Canção do Exílio (Casimiro de Abreu) | 0 | 1.629 | 09/08/2011 - 16:29 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Três Cantos (Casimiro de Abreu) | 0 | 1.718 | 09/08/2011 - 16:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Fragmento (Casimiro de Abreu) | 0 | 2.612 | 09/08/2011 - 16:23 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Amor e Medo (Casimiro de Abreu) | 0 | 5.084 | 09/08/2011 - 16:19 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Meus Oito Anos (Casimiro de Abreu) | 0 | 1.012 | 09/08/2011 - 16:15 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | O mar e o ser | 0 | 898 | 09/08/2011 - 10:26 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Não deixes... | 0 | 667 | 09/08/2011 - 10:24 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Não sei a resposta | 0 | 816 | 09/08/2011 - 10:23 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Não se esqueça... | 0 | 515 | 09/08/2011 - 10:21 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | O crente | 0 | 1.967 | 09/08/2011 - 02:06 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Chamado materno | 0 | 1.516 | 09/08/2011 - 01:48 | Portuguese | |
Videos/Musica | Songbird (Bee Gees) | 0 | 6.198 | 09/07/2011 - 23:16 | Inglés | |
Videos/Musica | Heartbreaker (live) 2004 (Dionne Warwick) | 0 | 5.179 | 09/07/2011 - 23:12 | Inglés | |
Videos/Musica | Angel of Mercy (Maurice Gibb & Samantha Gibb) | 0 | 5.270 | 09/07/2011 - 23:02 | Inglés | |
Videos/Musica | - The Bridge (Maurice, Adam and Samantha Gibb) - Maurice Gibb from "Bee Gees" | 0 | 6.560 | 09/07/2011 - 23:00 | Inglés | |
Videos/Musica | Woman In Love (Barbara Streisand & Bee Gees) | 0 | 5.134 | 09/07/2011 - 22:54 | Inglés | |
Videos/Musica | What Kind Of Fool (Barbara Streisand & Barry Gibb - Bee Gees) | 0 | 6.873 | 09/07/2011 - 22:43 | Inglés | |
Videos/Musica | How deep is your love (The Last Performance of Maurice Gibbs) (Bee Gees) | 0 | 6.329 | 09/07/2011 - 22:41 | Inglés | |
Videos/Musica | Our love Don't throw it away (Bee Gees) | 0 | 7.338 | 09/07/2011 - 22:38 | Inglés | |
Videos/Musica | Still waters (Bee Gees) | 0 | 3.324 | 09/07/2011 - 22:35 | Inglés |
Comentarios
Entre velhos ciprestes
Ah, este é um de meus poemas favoritos,
ainda hoje diviso o subir-descer de esquilos,
nas árvores que apreciava da sala de trabalho
do meu primeiro casebre no Rio de Janeiro.
Re: Entre velhos ciprestes
AjAraujo!
Entre velhos ciprestes
Epílogo do verso, o sol se deita sob as nuvens carmim,
o cipreste se enverga como a fazer reverência
ao astro – rei.
os pássaros ensaiam seu canto de recolhimento
e o poeta, em um mundo de metas, acende a luz e
acorda de suas divagações...
LINDÍSSIMO, BELEZA DE POEMA!
Gostei muito, gosto muito desses temas!
Marne
Re: Entre velhos ciprestes
Ajaraujo,
"Seres humanos andam como formigas, quisera fossem
não vivem, simplesmente sobrevivem, submetem-se
a uma cruel rotina, nova forma de escravização
onde o fazer coletivo do trabalho, não é repartido..."
Dura realidade...Triste verdade!
Linda poesia! :-)
Re: Entre velhos ciprestes
Maravilhoso texto, real, presente, cotidianos derpercebidos pelos insensíveis, que não é seu caso. Abraços