Prisioneiro do tempo
Sou prisioneiro do tempo
Percorri vielas de pedras
Onde marchavam legiões romanas
No caminho parou-me um soldado
Estranhou minhas vestes
Indagou a que tribo pertenço
Entre milhares de conquistas
Serei servo ou escravo?
Sou prisioneiro do tempo
Com ele naveguei nas marés
Naus vikings ou fenícias
Gente do oriente ou galês
Sou prisioneiro do tempo
Lutei em batalhas históricas
Atravessei épocas, epopéias
Da tragédia grega ao circo romano
Sou prisioneiro do tempo
No Monte das Oliveiras
Testemunhei o surgimento do Cristo
E chorei na via-sacra do Messias
Sou prisioneiro do tempo
Fui com Marco Polo até a China
Com Colombo ingressei no novo mundo
Nas caravelas portuguesas cheguei à Índia
Sou prisioneiro do tempo
Do absolutismo às cruzadas
Do fogo da inquisição à reforma de Lutero
Do iluminismo às guerras mundiais
Sou prisioneiro do tempo
Do fim do regime feudal
Ao surgimento da revolução industrial
Do trem a vapor ao colonial domínio
Sou prisioneiro do tempo
No século XX, vi aumentar a intolerância
Do extermínio de milhões do povo judaico
Da bomba de Hiroxima às prisões da Sibéria
Sou prisioneiro do tempo
Vi o genocídio de coreanos e vietnamitas
Refugiados bósnios, africanos, curdos
Nas lutas separatistas e por ódio étnico
Como prisioneiro do tempo
Com as amarras nos ciclos históricos
Sofro ante a repetição dos dramas humanos
Onde não se pode culpar o tempo tampouco o destino.
AjAraújo, o poeta humanista.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2843 reads
Add comment
other contents of AjAraujo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditación | Resíduo (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 954 | 10/31/2011 - 23:51 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Enfrentar a adversidade da doença inesperada | 0 | 4.021 | 10/31/2011 - 23:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Demian - Introdução (Hermann Hesse) | 0 | 3.856 | 10/31/2011 - 23:46 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | O último suspiro | 0 | 2.787 | 10/30/2011 - 22:24 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Agora ar é ar e coisa é coisa: traço (Cummings) | 0 | 6.576 | 10/28/2011 - 12:04 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Carrego o teu coração comigo (Cummings) | 0 | 1.672 | 10/28/2011 - 11:36 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Em algum lugar que eu nunca estive (Cummings) | 0 | 5.131 | 10/28/2011 - 11:34 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | As Boas Ações (Bertolt Brecht) | 0 | 2.346 | 10/20/2011 - 12:02 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | A minha mãe (Bertolt Brecht) | 0 | 7.004 | 10/20/2011 - 11:58 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | A exceção e a regra (Bertolt Brecht) | 0 | 6.483 | 10/20/2011 - 11:55 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Harmonia | 0 | 2.790 | 10/16/2011 - 09:56 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Aquele sorriso foi um bálsamo | 0 | 2.061 | 10/16/2011 - 09:42 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | A Música (Gibran K. Gibran) | 0 | 1.755 | 10/13/2011 - 21:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Uma vez, enchi a mão de bruma (Gibran Khalil Gibran) | 0 | 1.947 | 10/13/2011 - 21:46 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Amai-vos um ao outro (Gibran K. Gibran) | 0 | 1.741 | 10/13/2011 - 21:43 | Portuguese | |
Videos/Musica | Until the last moment (Yanni) | 0 | 2.985 | 10/11/2011 - 11:45 | Portuguese | |
Videos/Musica | Sweep Away, Live at Acropolis (Yanni) | 0 | 3.321 | 10/11/2011 - 11:20 | Portuguese | |
Videos/Musica | Keys of imagination (Yanni) | 0 | 2.808 | 10/11/2011 - 11:01 | Portuguese | |
Videos/Musica | You Raise Me Up (Josh Groban with African Children Choir) | 0 | 7.198 | 10/10/2011 - 22:17 | Inglés | |
Videos/Musica | Ave Maria (Soweto Gospel Choir) | 0 | 5.119 | 10/10/2011 - 22:08 | Inglés | |
Videos/Musica | Khumbaya (Soweto Gospel Choir) | 0 | 4.168 | 10/10/2011 - 22:06 | Inglés | |
Videos/Musica | Nkosi Sikelel'iAfrika (Soweto Gospel Choir Blessed in Concert) | 0 | 5.621 | 10/10/2011 - 22:00 | Inglés | |
Videos/Musica | Amazing Grace (U2 & Soweto Gospel Choir) | 0 | 6.300 | 10/10/2011 - 21:57 | Inglés | |
Poesia/Poetrix | Crepúsculo | 0 | 1.108 | 10/10/2011 - 21:23 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | O amanhã sempre chega... | 0 | 2.191 | 10/10/2011 - 21:20 | Portuguese |
Comentarios
Prisioneiro do tempo
"Como prisioneiro do tempo
Com as amarras nos ciclos históricos
Sofro ante a repetição dos dramas humanos
Onde não se pode culpar o tempo tampouco o destino."
.
Re: Prisioneiro do tempo
Muito interessante!!!
Como pesa o tempo, não?
Re: Prisioneiro do tempo
PENSO SERES A PRÓPRIA LITERATURA, QUE TAMBÉM NÃO FALA DO EXTERMÍNIO DE NEGROS, SÓ DE JUDEUS, PORQUE ESSA DISCRIMINAÇÃO, ATÉ NO EXTERMÍNIO DE IRMÃOS!
Com carinho e respeito,
MarneDulinski
OBS.: Os negros foram mortos durante sua caça, mães negras que deixaram filhos desde bebês; posterior mortes nos porões dos navios; mortes até se adaptarem como escravos; mortes nos lugares de escravidão por açoites,e ainda por cima, ficaram anos e anos escravos como animais. Agora ainda persistem muitas discriminações!
Será porque a Bíblia, não se refere a Negros!
Re: Prisioneiro do tempo
Com toda a razão, Marne, por isso refiro-me aos africanose e também os povos sem pátria como os curdos. Decerto, desde os antigos impérios, os negros africanos engrossaram as fileiras de mineiros sem vida, acorrentados, condenados ao mal de Hansen e a outras pestes, além da silicose - pulmão de pedra.
A escravidão vem de tempos ancestrais e hoje a nova forma encontra-se na exclusão deliberada no acesso ao ensino, lazer e trabalho. O negro continua sendo tratado como uma "raça inferior", contudo resiste.
Vou localizar um ensaio que fiz durante o doutorado sobre Escravidão e Exclusão Social no curso da história do país e te envio para discussão.
Abraço do amigo.