Outrora

Outrora

Hoje penso como foi bom viver na época em que vivi.
Que prazeroso lembrar da real inocência que nos pertencia.
Outrora não tinha medo de fatos reais, apenas da mula sem cabeça.
Cerol não existia, e perder a pipa era apenas um motivo a mais para fazer outra, pois era mais gostoso construir que empinar.
O professor era uma autoridade, um sábio, e a gente aprendia muito mais.
Os vizinhos trocavam alimentos, arrumava um pouco de açúcar, vinha com um pouco de macarrão.
Viver era menos complicado, a palavra de um homem valia mais que qualquer documento registrado em cartório. Alimentos não continham veneno, frutas se comia na época certa delas, adolescentes trabalhavam e estudavam, não tinham muito tempo de aprender o que não se aproveita.
O médico visitava as famílias, com sua maleta preta, por vezes, almoçava, batia papo.
Nas procissões, eu ia vestida de anjo, com longas asas de penas, eu não entendia muito bem o motivo, a vela queimava minha mãozinha, mas recordo-me que achava importante participar.
A fila anda, o tempo passa, vem o progresso, mudam-se os sistemas, e nós acompanhamos, até gostamos, mas recordações de bons tempos, ninguém pode mudar.

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Jueves, Enero 28, 2010 - 01:19

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Gisa

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Re: Outrora

Mas sentimos tantas vezes q aquela inocência, a pureza e tantos valores importantes ficaram esquecidos, caíram em desuso... Este saudosismo q já acompanhava nossos pais, nossos avós, q qd éramos miúdos encarávamos com um ar trocista, hoje tb nos acompanha... Os tempos mudam, o mundo avança e nós custa-nos sempre ter de o acompanhar tão depressa e não poder saborear certas coisas com mais tempo!
Este poema esta lindo!
Adorei tanto!
Beijinho grande em ti, Gisa e um brinde aos nossos belos tempos!!!
Inês

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Re: Outrora

MAIS UM BELÍSSIMO TEXTO QUE VOCÊ NOS BRINDA!

Meus parabéns, gostei demais, visto eu também ter pego este divino tempo, era muito melhor de se viver, era bem mais romântico; mesmo na cidade, no interior melhor ainda!
Um Abração,
Marne

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