A Mulher e a Rua
A mulher caminha na rua vazia.
Leva na mala a sobra do que fazia
e um resto do rosto que vestia.
Há pouco chamaram-na perdida,
alma decaída
e puta bandida.
Cada vitrine mostra o que o Mundo lhe fez.
Sua face retrata a sombra xadrez.
Por tanto não, só viveu o talvez,
enquanto gestava a angústia prenhez.
Ouviu os Homens e suas risadas;
e nunca se fez de rogada.
Abriu coração e pernas
e teme as "Chamas Eternas".
Já não clama por Deus,
mas por uma "Alma Danada"
que lhe complete a morte, da noite passada.
Antiga "mulher dama",
sempre "mulher drama".
Virgem deflorada. Virgem fossilizada.
Agora, segue a rua e o Nada
nesse fim de qualquer estrada.
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Viernes, Febrero 26, 2010 - 21:39
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Comentarios
Re: A Mulher e a Rua
São pobres mulheres desiludidas, que um dia acharam que eram felizes. Lindo poema, triste também. Abraços
Re: A Mulher e a Rua
Sua face retrata a sombra xadrez.
Por tanto não, só viveu o talvez,
enquanto gestava a angústia prenhez.
Uma história da vida!!!
:-)
Re: A Mulher e a Rua
LINDO POEMA, QUE RELATA UMA TRISTE E FEIA VERDADE DE MUITAS MULHERES!
Meus parabéns,
Marne
Re: A Mulher e a Rua
Caro Fábio,
quando os valores se desencontram, a mulher na rua passa, vestindo um "resto de rosto".
Belas palavras!
Abraços, Robson!